terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Rod Serling um gênio pouco lembrado!


Ainda quero escrever algo realmente relevante sobre a tele série Twilight Zone e seu criador Rod Serling, mas ainda não é o momento, Twilight Zone teve aqui em terra brasilis uma tradução/adaptação muito legal para o titulo, Além da Imaginação, não poderia estar mais dentro do espírito da coisa, e como a série e seu criador são influências constantes não só profissionalmente, mas na minha vida pessoal (já que a série sempre nos passa lições e reflexões verdadeiramente filosóficas acerca da vida e seus percalços) vai aqui um post “basiquinho”.

Rodman Edward Serling, ou simplesmente Rod Serling acabara de voltar da Guerra das Filipinas *, leitor de quase tudo, desde quadrinhos, pulp fictions, clássicos literários e por ai vai, se dedica a escrever roteiros, logo tem inicio uma carreira nos rádios e esporádicas colaborações com a TV e o Cinema, mas sua vida da uma verdadeira guinada quando cria a tele série Além da Imaginação, a partir daí ele vira celebridade nacional.

A tele série misturava todos os gêneros fantásticos, como ficção cientifica, horror, suspense sobrenatural, fantasia, tudo sempre metaforizando sobre coisas como a vida e seu sentido, sentimentos, política, ideal, utopia, religião, Serling escrevia com facilidade sobre diversos temas universais, sem abrir mão de oferecer um entretenimento escapista de primeira.

Começou a produzir a série em 1959, escreveu grande parte dos textos e supervisionava tudo com punhos firmes, tanto que a série conseguiu manter a qualidade por nada mais nada menos que cinco temporadas, sendo que teríamos mais três temporadas que começariam em 1985 e findariam em 1989, além de um retorno em 2002, mas ambas as versões mantém muito pouco do charme e qualidade da original.

Além de revelar gente de renome como Robert Redford, e ter entre os parceiros, escritores de peso como o sempre genial Ray Bradbury, os textos perfeitos de Serling, quase sempre exibiam uma complexidade que passeava entre o inocente e o cruel, em pouco mais de vinte minutos a série conseguia criar personagens profundos e eloqüentes, seus finais pessimistas quase sempre nos deixavam atemorizados, e sua visão do futuro era como os finais de algumas de suas historias, sempre "down".

Mas Twilight Zone nunca foi um programa depressivo, pelo contrario, alguns episódios são super para cima, quase auto-ajuda, e ele conseguia filosofar tranqüilamente sobre a vida em cada episodio, era um trabalho, até certo ponto egoísta, a série agradava primeiramente ele e depois o espectador, ele não tinha a preocupação de fazer algo que agradece primeiramente o espectador, está ai o porque da sinceridade de sua obra e longevidade da mesma.

Outro detalhe importante é que, ele sempre estivera amparado de bons diretores, cito aqui John Brahm, no episódio Time Enough at Last, o qual narra a trajetória de um leitor ávido, que não tinha tempo de ler e que após uma catástrofe em que toda a vida na terra desaparece ele torna-se o único sobrevivente (salvo milagrosamente pelos livros), agora terá todo o tempo do mundo para ler, é um sonho não? Bem, o texto de Serling, que adapta um conto de Lynn Venable, reserva muitas surpresas.

John Brahm consegue mostrar com imagens o mundo destruído de forma poéticamente catastrofica, mesmo com poucos recursos, temos a ideia que tudo foi destruído mesmo, uma questão de enquadramentos e visão de diretor, tendo assim um ótimo resultado visual, é muito impactante.

O personagem necessita dos óculos, e esses tem suma importância na historia, o objeto é um personagem autônomo, e tratado como tal, com belíssimos enquadramentos de todo o ambiente (como já dito antes), o clima de humor do inicio, vai se tornando sufocante no decorrer, vale citar a cena na biblioteca que é simplesmente linda e ao mesmo tempo aterradora, temos ainda uma outra a qual a câmera simplesmente dá vida aos óculos colocando-os em movimento, acho difícil um diretor ter esse cuidado hoje em dia, principalmente se tratando de uma tele-série.

Enfim, a série original vale ser vista, para mostrar que Lost, Heroes e outras tantas, de original não tem nada!

* Agradeço desde já, um rapaz (Estava como anônimo) que visitou meu blog e corrigiu essa informação, que antes estava postada como segunda guerra mundial.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Futurama: Bender’s Big Score

Longa saiu direto em DVD!

Esse ano vi bons filmes, principalmente fora do esquemão Hollywood e já faz alguns meses sagrei Tropa de Elite o melhor do ano, na minha humilde opinião, calor do momento? Não sei, mas achava difícil aparecer algo melhor e que me desse tanto prazer em ver (mesmo sendo um filme, até certo ponto, fascista).

E eis que me assusto ao constatar que um longa americano, que nem foi lançado nos cinemas, iria me surpreender, e que certamente figuraria entre os melhores do ano, para não dizer, “O Melhor do Ano”, trata-se de Futurama: Bender’s Big Score, longa que marca o retorno dos personagens da clássica série animada do criador de Os Simpsons, Matt Groening.

Para quem não conhece, a série animada teve quatro temporadas, se não estou enganado, e narrava as aventuras de Fry, jovem entregador de pizza que foi congelado criogênicamente de forma acidental durante a virada do ano dois mil, acordando mil anos depois. Nesse futuro, trabalha na Planet Express do Professor Farnsworth, seu tatatatatatatatatatatata e por ai vai sobrinho, lá conhece o robô Bender (mais humano que qualquer outro personagem), Leela (uma alienígena de um olho só), Hermes, Professor Zoidberg e muitos outros, são os tipos mais estranhos jamais imaginados na ficção cientifica.

Todos os personagens são de uma complexidade e cinismo quase únicos, basta citar a curiosa personalidade de Bender, o robô alcoólatra, entre todos, é o que mais carrega as qualidades e defeitos dos seres humanos, enfim, explicar os outros tornaria esse texto deveras longo e chato.

Tudo que o longa metragem de Os Simpsons não foi, Futurama: Bender’s Big Score é, bem animado, roteiro excelente, o humor e cinismo característicos da tv não faltam em segundo algum, a animação se sai super bem em uma metragem mais longa, é como ver uma animação roteirizada pelo pessoal do Monty Python e Douglas Neal Adams, autor de o Guia do Mochileiro das Galáxias.

“A trama gira em torno do pessoal da Planet Express que voltam a ativa e vão fazer uma entrega em um planeta nudista (!?), lá são ludibriados por alguns aliens nudistas asquerosos, e cedem os dados, incluindo email, recebendo assim diversos Spams. Ai eles caem no golpe do Spam, e cedem a empresa acidentalmente (esse o Professor Farnsworth), logo os aliens descobrem uma forma de viajar no tempo através de uma tatuagem do Bender existente na bunda de Fry, coisa que o mesmo desconhecia. Agora com Bender sendo controlado pelos bichões, esse viaja para o passado e começa a roubar tudo e a todos para os novos mestres, criando assim um caos!”

Desnecessário falar que essa premissa é apenas pretexto para o humor genial da cria de Groening e dos roteiristas David X. Cohen e Ken Keeler, Bender, meu personagem predileto, está genial, tira sarro de o Exterminador do Futuro, e quando é questionado o por que dos óculos escuros, simplesmente responde: “É muito claro no passado!”, e emenda outras pérolas como: “Agora não é tão neutra, não é Suíça?”, alias, piadas referente a política não falta , tem tiração de sarro com a eleição de Bush e derrota de Al Gore (Essa culpa do Bender), o próprio Al Gore é avacalhado durante o longa.

Não perdoa nem mesmo eles próprios, ao ironizar os executivos e o cancelamento da série, nos cinco primeiros e geniais minutos, Simplesmente tratando a decisão como uma idiotice.

O Roteiro é muito bom, talvez a melhor coisa escrita por um americano esse ano, tudo fica amarradinho e o ritmo é delicioso de acompanhar, Futurama é uma série criativa, original e que faz muita falta na TV. Heroes? Lost? Que nada, quero mais é Futurama, esse sim não dá sinais de cansaço.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A Mística por trás de Dylan Dog


Ahhhhhhh...Dylan Dog, que personagem completo, arrebatador, genial, capaz de numa mesma historia passear pelo erudito e o pop totalmente de forma coesa, sem parecer forçado, e ainda por cima aliar o humor com o horror tanto físico, quanto psicológico e mesmo assim não quebrar o clima, uma coisa completa a outra, e por incrível que pareça estou falando de uma historia em quadrinhos ta entendendo? De um bom e velho, simplório gibi...

Vale citar uma frase do escritor e filosofo italiano, Umberto Eco a respeito do personagem: “Posso ler a Bíblia, Homero ou Dylan Dog por dias e dias sem me entediar”.

Essa frase tem um imenso nexo, já que as historias de Dylan Dog, principalmente as escritas por Tiziano Sclavi, seu criador, são verdadeiras obras de complexidade literárias raras na literatura mundial, a influência que Tiziano consegue abraçar são tantas, que é quase impossível citar todas.

Para quem nunca ouviu falar, Dylan Dog é um Fumetti, quadrinho italiano publicado pela Bonelli, a mesma responsável por Tex. Ele é um investigador especializado em casos paranormais/sobrenaturais, mas é meio ateu, tem como parceiro um sósia ou o verdadeiro (quem sabe?) humorista do cinema Grouxo Marx, um dos irmão Marx, responsável pelo lado humorístico da série, tudo isso entre diversas historias fantásticas cheias de horror e suspense.

Mas o que transforma Dylan em um personagem tão idolatrado pelos fãs, que rendeu até um festival de cinema com seu nome, e fez esse fã e escriba que vos fala fazer uma tatuagem em sua homenagem?

A verdade é que, voltando a Umberto Eco, não é exagero dizer que Dylan é tão interessante quanto os clássicos, lá encontramos referências não gratuitas a literatura, dos clássicos aos mais vagabundos pulp fictions da vida, musica, cinema desde o trash ao cinema de arte, vemos filosofia, criticas sociais, religião, reflexões acerca da humanidade, uma salada gigantesca, tratada com muito bom humor, inteligência e um cinismo acído e mordaz.

As historias mexem com a percepção do leitor, marcam-no, não é só uma simples e reles leitura, é algo que queremos guardar para sempre. A solidão do personagem e sua aparente depressão nos faz criarmos uma identificação imediata com ele, já que desde o inicio já sacamos que de perfeito ele não tem nada, e quer sobreviver, ganhar seus troquinhos, mesmo que a imprensa viva o chamando de charlatão, melhor, ele não está nem ai para o que os outros dizem.


Grouxo, Dylan e Inspetor Bloch.

Grouxo com suas boas sacadas, rende piadas muitas vezes surreais mas nem por isso menos engraçadas, e não é só ele o coadjuvante de luxo não, o inspetor Bloch é outro clássico, um amigão que vive reclamando sua aposentadoria e temendo perdê-la, é o cidadão comum, que mesmo estando na força policial, faz de tudo para ajudar o amigo.

O maior rival de Dylan, é um sujeito diabólico e misterioso que quer apenas (!?) descobrir o segredo da vida eterna, se é que já não o encontrou, trata do Dr. Xabaras, que tem uma estranha ligação com Dylan.

O veículo de Dylan, é o pouco glamouroso Fusca Conversível branco, com as placas DYD 666, mulheres? Ah...Bah...Dylan é como todos os homens, mulherengo, galanteador, só que não tem ninguém fixo e sempre se envolve com suas clientes. Alias, na genial historia O Longo Adeus, Dylan recebe a visita de um amor do passado, um amor de verão, que o leva a um passeio surreal e onírico, nos fazendo refletir sobre escolhas, relacionamentos e como viver intensamente aqueles bons momentos, é tão linda, mas tão linda, que é impossível descrevê-la com palavras.

No meio de tudo isso, para nós, pobre fãs de horror e podreiras: Sangue, cabeças cortadas, Vampiros, Alienígenas, Zumbis, Assassinos seriais, mulheres nuas, violência explicita, no melhor estilo e com certa classe.


Brandon Routh: O Dylan Dog no cinema.

É uma pena que Dylan será adaptado aos cinemas pelos americanos, por tanto devemos esperar o mínimo possível em complexidade e uso de toda a mística envolta dele, e nos contentarmos com um reles divertimento, mas nem por isso, o filme Della Morte Della More, baseado num livro de Tiziano Sclavi, é quase um filme do Dylan, até porque o papel principal é de Rupert Everett, que inspirou o visual do personagem, toda sua mística está ali e o melhor: tratado com todo o carinho que só cinema independente pode dar.

Rupert Everett: O Verdadeiro Dylan Dog!

Leituras Obrigatórias (As 13 mais de Dylan Dog):

1º Partida com a Morte (Dylan Dog nº 004, Editora Mythos)

2º O Despertar dos Mortos Vivos (Dylan Dog nº 001, Editora Record e 002 Editora Conrad)

3º O Longo Adeus (Dylan Dog nº 005, Editora Mythos)

4º A Historia de Ninguém (Dylan Dog nº 035, Editora Mythos)

5º A Zona do Crepúsculo (Dylan Dog nº 007, Editora Record)

6º Johnny Freak (Dylan Dog nº 001, Editora Conrad)

Morgana (Dylan Dog nº 004, Editora Record)

Canal 666 (Dylan Dog nº 011, Editora Mythos)

9º A Beleza do Demônio (Dylan Dog nº 006, Editora Record)

10º Os Matadores (Dylan Dog nº 005, Editora Record)

11º Alfa e Ômega (Dylan Dog nº 009, Editora Record)

12º O Túnel do Terror (Dylan Dog nº 003, Editora Mythos)

13º Dylan Dog e Martin Mystère: Ultima parada Pesadelo (Especial 01, Editora Record)

  • Dylan Dog saiu pelas editoras Record (11 Mensais e Duas Especiais), Globo (Na Antologia Fumetti), Conrad (Mini Série em 6 Edições), Mythos (40 Edições e 6 Historias Curtas, na Antologia Tex e os Aventureiros).
  • Brandon Routh (SuperMan) irá interpretar Dylan Dog no Cinema, Filme dirigido por David R. Ellis (Premonição 2, Serpentes a Bordo), e roteiro de Joshua Oppenheimer e Tom Donnelly, dupla que escreveu o longa Sahara.
  • DellaMorte DellaMore ou Cemitery Man (1994) para o mercado americano, curiosamente foi lançado em video no Brasil. Dirigido por: Michele Soavi, com Rupert Everett, Anne Falchi (Mulher Linda), François Hadji Lazaro.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O Sobrevivente (Rescue Dawn)


O Sobrevivente (Rescue Dawn)

Vi o excelente filme dirigido por Werner Herzog já esperando o melhor, esperando uma grande atuação de Christian Bale, e uma direção segura, correta e talentosa de Herzog, e foi batata, o filme é ótimo e prazeroso de se assistir...

Primeiramente gostaria de dizer que Christian Bale, o garotinho de o Império do Sol, é para mim hoje uma espécie de Tom Hanks, aquele tipo de ator que quando o filme não é genial, seu trabalho interpretativo o salva, ele é tecnicamente excelente, provou isso com Psicopata Americano e consumou com Batman Begins.

O filme narra a historia do Germano-Americano Dieter Dangler, piloto abatido e capturado no Laos durante a guerra do Vietnã. Que junta-se a um pequeno grupo de prisioneiros e lidera uma fuga. Ele é até certo ponto uma pessoa inocente, e essa inocência lhe dá uma certa aura de determinação, ele é patriota mesmo não sendo totalmente americano, mas esse patriotismo não é exagerado, é um patriotismo romântico que chega a emocionar.

Werner prossegue a narrativa sem ser panfletário, ele não adota um posicionamento nem negativo e nem positivo, ele quer apenas contar uma historia, e posiciona sua câmera nos lugares certos, aproveita muito bem os atores e o ambiente, destaque para Jeremy Davies, que representa o seu personagem da mesma forma que interpretou o psicopata Charles Manson no tele filme “Helter Skelter”, o que poderia ser um erro, ou no máximo equivoco, acaba se transformando em outro ponto alto do filme.

A historia do piloto é belíssima e uma lição de vida, em nenhum momento ele desiste em frente os obstáculos, com uma determinação quase religiosa, a ponto de chegar a comer vermes para economizar comida para a fuga, é uma cena que se mal dirigida poderia ser apenas nojenta, no filme não, ela vira mais uma prova de determinação e coragem, ressaltando a personalidade do personagem.

Vale dizer ainda que a fotografia de Peter Zeitlinger é correta, e é apenas o que o filme necessita, ele fotografa o ambiente com uma elegância que víamos nos clássicos diretores, que não viveram a época do vídeo clipe, o ambiente hostil é um outro personagem, e é tratado assim na historia.

É um belíssimo filme que merece ser conferido, estréia no Brasil dia: 7 de Dezembro.

Trailer do Filme:


quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Uma breve pincelada...

Vou dar uma pincelada em algumas coisas que assisti e ouvi.

Musica:

Rob Zombie – Zombie Live

Bem, Rob Zombie está cada vez mais se tornando um cineasta, vem mostrando qualidade com seus filmes, e isso é bom? Não, nem tanto, pois o cara é líder de uma banda que leva o seu nome e vem fazendo shows antológicos pelo OzzFest. Nesse disco ao vivo, ele mostra sua força, e que álbum, musicas de sua carreira solo e com o WhiteZombie dão o tom de toda a coisa, além das festejadas: Living Dead Girl, Thunderkiss 65, More Human than Human, Dragula, temos musicas do ultimo disco de estúdio, Educated Horse, e destaque para a fenomenal Let It all Bleed Out, que já se torna um clássico...

Cinema:


Toxic Avenger

Revi o Vingador Tóxico, clássico do trash da produtora Troma, dirigido por Lloyd Kaufman de forma apaixonada, o filme é uma “alopração” geral, cheio de escatologia, criticas ácidas, humor negro, putaria, gore, trilha sonora tosca clima anos 80, interpretações canastronas...

Enfim, tudo é uma festa e uma ode a diversão, tão grande, mas tão grande, que é impossível você ficar incólume ao clima...Se não viu, veja!



Metal: A Headbager’s Journey

Vi esse documentário sobre o Heavy Metal, mal organizado, feito por um fã que ignora muitos detalhes, principalmente sobre o que caracteriza uma banda heavy metal, mas é um filme tão apaixonado, que o que era para ser um defeito(ser um filme apaixonado, ou seja, bem parcial), torna-se uma virtude.

Particularmente, sou um fã de musica pesada, e viajo para festivais e show grandes, esse clima, o filme consegue captar perfeitamente, mas falha ao documentar o gênero e analisá-lo com mais afinco, mas se você é um headbanger, vai se divertir pacas.

Alias, deveria ser um documentário sobre musica pesada, não exclusivamente Heavy Metal.

Bem tenho muita coisa cult, obscura e bizarra para assistir, estou só esperando chegar o fim do ano, para sentar, relaxar e me divertir, ai posto aqui minhas impressões...


Segue um "videozinho", do Sr. Zombie detonando no OzzFest:


terça-feira, 20 de novembro de 2007

Alice Cooper – Welcome To My Nightmare

Hoje decidi falar um pouco sobre um dos meus discos prediletos, do mestre Alice Cooper, Welcome To My Nightmare, álbum conceitual lançado em 1975 com letras geniais e participação de Vincent Price, o disco é uma viagem ao universo desse fantástico artista. Esse álbum marca a estréia de Cooper solo, sem sua antiga banda, e com novos integrantes.

Mostrando porque é um artista impar, ele cria aqui seu melhor álbum em toda sua extensa discografia (cheia de outras verdadeiras obras de arte).

O disco abre com a climática “Welome to My Nightmare”, musica essa que dá nome ao álbum e nos leva a uma viagem ao universo de Alice e seus sonhos (pesadelos), a letra é forte, e o clima ajuda a viajarmos nela, o disco começa super bem.

“Devils Food” uma musica meio canibal, e até certo ponto poética, extremamente diabólica, mantém o clima da musica anterior, mas com um pouco mais de agressividade, é como se estivéssemos num castelo dos horrores, e saímos de um cômodo assustador e surreal, para outro, com uma situação mais física e demente, Vincent Price quebrando o ritmo da musica, com uma assustadora narração sobre a “viúva negra”, com precisão cientifica, interliga assustadoramente a...

... “Black Widow”, essa só nos faz entrarmos ainda mais no universo onírico de Tia Alice (como é carinhosamente chamado Alice Cooper pelos fãs), ele nos joga em outro ambiente, uma nova viagem, um outro capitulo assustador da sua saga, o reino da “Viúva negra”, cheio de cadáveres de ex parceiros, e exigindo nossa total devoção, é de um domínio quase hipnótico, o refrão é pegajoso, enfim, estamos diante de uma das melhores canções do álbum, isso porque ainda temos mais oito petardos maravilhosos, ainda bem.

“Some Folks” é a musica mais para cima, quebrando um pouco o clima pesado das três anteriores, talvez seja a letra mais fraquinha do disco, mas seu arranjo é primoroso e é uma das que mais gosto em todo o álbum.

“Only Women Bleed” Musica feminista, e extremamente poética, uma balada belíssima, que faz analogia ao sofrimento feminino através da menstruação (Só as mulheres sangram, diz), e com homens que ligam muito pouco para elas. A musica é bem triste, pois explicita bem o sofrimento, é o horror do real, talvez a musica mais assustadora do disco, justamente por ser bem pés no chão e atemporal.

“Departament Of Youth”, temos o retrato de uma juventude ideológica, revolucionaria, ou apenas de uma juventude altamente influenciável e descartável? Tia Alice continua nos provocar ironicamente, através de um musicão que poderia facilmente tocar nas rádios, passando até por uma musica inofensiva, a diversão aqui é o que vale, mas tem muito mais coisa aqui do que aparenta...Vibrante...

“Cold Ethyl”, musica de primeira, que narra uma relação necrófila, e Alice Cooper não está nem ai para a sociedade purista, a musica é excelente, um Hard Rock clássicão, nos shows funcionavam muito bem, e o passeio pelo pesadelo ainda não acabou.

“Years Ago”, aqui surge o personagem Steven, vemos fatos da sua infância, Alice aprofunda o clima onírico, continuamos numa viagem musical perturbadora, Alice trata sua voz como se fosse a de uma criança, é quase uma intro para o próximo capítulo...

“Steven”, crianças (ou bebes) morrendo sempre foram temas recorrentes na musica de Cooper, só para assustar mesmo. Aqui o clima onírico continua prevalecendo, e a musica tem um ótimo arranjo, a musica é redondinha, e alguns dizem que é a melhor do disco, mas é difícil escolher uma no meio de tantas obras de arte.

“The Awakening”, temos o clima de despertar de um pesadelo bem expresso através dos arranjos e da letra, é tudo até certo ponto, bem surreal, mas não conseguimos ficar indiferentes.

“Escape”, uma musica para cima para terminar o disco, uma analise sobre Cooper e seu pesadelo, é bem divertida e leve, enfim escapamos do pesadelo...Que pena!

O álbum é coeso, bem escrito, com belos arranjos e clássico obrigatório para os fãs do bom e velho rock and roll.

Clipe de "Department of Youth":


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Quadrilha de Sádicos (The Hills Have Eyes)

Vi “The Hills Have Eyes”, nunca o vi antes pela dificuldade de encontrar uma cópia decente, mas após receber da minha amiga americana Nattie, uma cópia do filme em DVD, decidi assistir hoje, mesmo exausto fisicamente e com sono, e esse pequeno clássico dirigido por Wes Craven corajosamente em começo de carreira, é superior e muito ao ótimo remake, dirigido por Alexandre Aja...

Vou dizer uma coisa, esse cinema de horror rural do fim dos anos setenta e que se propagou pelos anos oitenta, me agrada bastante, é um horror que mostra o quanto cruel o universo caipira pode ser, e partindo da premissa que o homem civilizado desconhece a fundo o universo rural, temos uma gama de possibilidades dramáticas aqui, principalmente a idéia de “O Homem fora de seu habitat” tendo que superar dificuldades e limitações.

Foi assim em o Massacre da Serra Elétrica, onde o clima de claustrofobia, o desespero, o visual sujo, seco e árido, transformava a vida de jovens suburbanos em um inferno.

Não muito diferente aqui, Wes Craven nos joga num universo semelhante, uma caçada brutal e uma luta por sobrevivência, o lugar é hostil, o clima é quente, desértico, árido, a civilização está à quilômetros de distância e o que temos aqui, é simplesmente uma família de canibais, fora dos pré requisitos sociais e famintos.

A trama é super simples: família (incluindo o cachorrinho), após sofrer um acidente numa estrada deserta, se vê no meio de montanhas e logo são atacados por família de canibais que cresceram naquele lugar inóspito, ao contrario da perfeita família americana, tipicamente religiosa, essa desconhece deus e procura sobreviver apenas, e procriar, através de relações incestuosas.

A partir daí, vemos a família que organizando-se através de rádios Walkie, de outras vitimas possivelmente, e liderados pelo famigerado Papai Jupiter, começam uma ode a matança e a brutalidade, Wes construiu um universo seco, direto e violento, a violência é o recurso a ser usado numa terra sem lei, e quem não está pronto para isso pode padecer a qualquer momento.

O cachorro da família está nesse combate e se sai bem, a metáfora do mundo cão...

A família de sádicos é carismática, do cruel Jupiter ao seu filho horroroso Pluto, passando pelo sádico Marte e a boazinha Ruby, sem concessões comerciais o filme barbariza, temos cenas de estupros, palavrões e muita, muita violência, para fã de filme de horror nenhum botar defeito.

“The Hills Have Eyes” é aquele filme cabra macho, que te prende na cadeira por pouco menos de uma hora e meia, e te leva a um passeio aterrador, Wes Craven quando não tinha amarra com os estúdios era o cara, capaz de nos fazer ter pesadelos mais assustadores do que os propostos por Freddy Krueger, e o melhor: usando temas reais, mais pés no chão.

Um Filmaço


Trailer do Filme:




quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Como é bom um dia ruim...

Existem dias que não são bons de jeito maneira para nós, e não digo apenas por coisas rins que venham a acontecer não, digo pelos dias que nada acontece, mas mesmo assim nos sentimos péssimos, sem vontade de sair da cama, sem vontade de ver pessoas, e nos bate uma depressão daquela.

Não, não sofro de depressão, tenho certeza, sou um cara ultra bem humorado e embora existam pessoas que adoram encher meu saco, dificilmente coloco terceiros a frente da minha pessoa, portanto o que diabos pode acontecer para que fiquemos assim?

Para falar a verdade, no meu caso, tudo começou com um pesadelo apocalíptico, no qual eu e um amigo fugíamos de zumbis em uma periferia qualquer de São Paulo, o tempo estava fechado e não tínhamos esperanças, acordei bruscamente pela manhã, o pesadelo se esvaiu, mas ainda existiam resquícios dele, chovia lá fora, estava frio...

Logo de manhã me deparei com uma pessoa com sérios problemas pessoais, e que como não consegue encará-los, decide que deve acabar com o dia dos outros, a verdade é que nem liguei tanto para essa pessoa, já que o máximo que consigo sentir por ela é pena, já que além de uma profissional frustrada, não descobriu ainda que seu talento é nulo para algumas coisas, mas se fosse mais humilde e autocritica, perceberia que é boa em outras...

Por fim, no trabalho não rendi nada, tive um monte de coisas que precisava fazer e deixei de lado, meu companheiro de trabalho agüentou as pontas, sabendo que algo não ia bem comigo, e embora tentasse, tentasse, as coisas não fluíam, definitivamente não é meu dia...

A pior coisa em ser Ateu, é que não temos muito com o que se apegar (enganar-se?) quando estamos ruins, eu estava entojado, mal humorado, cansado, stress físico e mental, e nada me fazia bem, decidi apelas para a musica, ouvi alguns belos discos acústicos que fizeram bem a minha pessoa, conseguiram me fazer encarar o dia de outra forma...

A noite apenas me deitei, vi um pouco de TV e dormi, não tive pesadelos, e hoje acordei disposto e rendendo o dobro, vai saber, coisas da vida...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

De volta aos 80!








Acho que um dos maiores sonhos que todos nós temos é voltar no tempo, curtir momentos que acreditamos não ter aproveitado, comer novamente aquela comida deliciosa, relembrar aquele beijo bom, rever pessoas que nos deixaram, ouvir aquela ótima piada a qual não nos lembramos mais, enfim, quase nunca pensamos em voltar no tempo para se aproveitar da situação, por exemplo, voltar para ganhar na sena, nada disso, queremos é nos divertir outra vez.

E com a proliferação de barzinhos no Brasil a fora, acaba proliferando também, ótimas bandas covers para atender a demanda, na maioria das vezes, ou quase sempre, tais bandas não estão nem ai para o dinheiro, querem se divertir como aquelas bandas se divertiam antigamente...

Sei que pode parecer saudosismo, mas quantas vezes nos pegamos dizendo: “Nossa, não se fará mais musica como aquela!”, e por mais cafona que possa parecer, realmente não se fará mesmo, e vou focar aqui uma época: anos 80 até o meio dos anos 90, não necessariamente devemos considerar todo esse espaço, mas é que acho que a partir dos anos 90, a musica tornou-se um negocio não só para as gravadoras, mas também para os artistas...

Vi alguns dias atrás, uma ótima banda campineira que toca musica dos anos 80, chama-se Schyzophonic, e naquele momento, me senti em uma belíssima viagem no tempo, e tome petardos, que muitos chamam de trash, mas sem conhecer a fundo o significado do termo, eram: Tears for fears, INXS, Smiths, Morrisey, Depeche Mode, Aha, Billy Idol, Oingo Boingo, a musica do De Volta para o Futuro, Ghostbusters e por ai vai...

Ver musica de qualidade, executada com qualidade é super bom, ver uma banda que viveu essa época torna a experiência mais real ainda já que tudo que é feito com amor, funciona melhor, na verdade é o que falta a musica de hoje: amor , além de despretensão, diversão...Quanto ao dinheiro, bem, isso vem com o tempo, vide a fortuna desses grupos chamados trash por pessoas leigas, que não viveram essa época, na verdade “LIXO”, é o som que existe hoje, incapaz de nos emocionar, ou de nos causar alguma sensação.

Site da Banda:

www.schyzophonic.com.br

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A Estrada Perdida


Fui atropelado por um trem em alta velocidade!

É nesse espírito que vos escrevo essas linhas, acabei de ver “A Estrada Perdida”, petardo audiovisual dirigido por David Lynch, com Patrícia Arquette e Bill Pullman, uma coleção imensa de sensações, sentimentos e mal estar tomou conta de mim de tal forma, que o único modo seguro de me expressar é escrevendo.

O cinema de sensações, interpretativo, pessoal e totalmente neo surrealista proposto por Lynch, é muito avançado para a época em que foi lançado, 1997, e continua evoluindo através de seus últimos filmes, “Cidade dos sonhos” (outro filmaço) e Império dos Sonhos (que não vi), mas aqui é onde ele começara a formatar toda a estrutura de sua nova visão cinematográfica.

Desde já ele subverte o tempo, espaço e a linearidade em prol de uma narrativa intensa e extremamente bizarra, explora mais sensações do que qualquer outra coisa, mais importante do que tentar decifrar o que está acontecendo na tela, é sentir o filme, o carrossel de sensações, sentimentos e até certo ponto, uma viagem lisérgica que nos induz, acaba por fim nos levando a um universo onde questionamos nossa moral, e a verdadeira pessoa que habita dentro de nós.

A sinopse é a seguinte, um casal em crise começa a receber fitas de vídeo, onde alguém está filmando sua casa e eles. Logo a esposa é assassinada pelo marido (?), o dito cujo é preso, e de repente acorda na vida de outra pessoa.

Tudo que a sinopse propõe pode ser questionado, e Lynch habilmente nos dá dicas do que pode estar acontecendo, “Prefiro imaginar minhas próprias lembranças, da forma como as interpreto”, e logo entramos num carrossel de mistério, violência, sexo e sinas que talvez o destino nos proponha, alias, dependendo de como se interprete o filme, talvez vejamos o destino em seu plano físico.

A verdade é que mais que uma simples diversão, o que temos aqui é um filme que nos prende do inicio ao fim em nossa poltrona, nos fazendo entrar em um verdadeiro pesadelo, sair dele é algo quase impossível durante a projeção, e sentimentos ruins nos inundam após o termino, é a maior prova de como a sétima arte pode mexer com o espectador como nenhuma outra.

Bill Pullman e Patrícia Arquete estão ótimos, principalmente Patrícia, que consegue criar uma das maiores loiras fatais da historia do cinema, e com o corpinho todo em cima, se torna irresistível e prazeroso acompanhar suas peripécias na tela.

Além de ser um filmaço, desses raros de se ver, “A Estrada Perdida”, ainda tem uma trilha sonora genial, e que entra em ação em momentos certos, Marilyn Manson e Rammstein, em sua boa forma, não pode ser ruim.

Bem, agora quero ver uma comédia levinha, para tirar toda a “catiça”, e logo cair em “Império dos Sonhos”, claro, de David Lynch...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Tripas, tripas e...Mais tripas!

Esse foi o espirito da coisa em dois filmes de horror que vi essa semana, Feast e Wrong Turn 2, baratos, diretos e bem humorados, além do já mencionado no titulo, temos ótimas cenas de ação e tensão, se não são clássicos do gênero, e essa não era a pretensão aqui, são divertidos pacas, e como são...

Feast

Dirigido por John Gulager e roteirizado por Marcus Dunstan e Patrick Melton, roteiristas de Jogos Mortais 4, o filme segue a linha de Um drink no Inferno, pessoas estão em um bar no meio do nada, e após chegar um homem anunciando o inferno na terra, são atacados por monstros, e juntos tentam sobreviver ao ataque.

A premissa é básica, e o roteiro ganhador do reality Show Project Greenlight é competente, mas o filme é pauleira do começo ao fim, com bons diálogos, cenas de ação e um clima de claustrofobia total, é quase impossível tirar os olhos da tela.

Wrong Turn 2

Marquem bem esse nome: Joe Lynch, digo isso porque além de ter o sobrenome de um dos maiores gênios da historia do cinema (Sim, estou falando do David), o cara estreou em um longa metragem com o pé direito, salvando um roteiro que era um verdadeiro abacaxi.

Digo isso, pois esse filme é o clássico exemplo do diretor que salva um péssimo roteiro, e como é muito raro vermos isso, principalmente de um iniciante, isso me alegra bastante. A historia é profunda como um pires, pessoas vão participar de um reality show no meio do mato e são atacados por uma família de canibais.

O primeiro filme tinha quase a mesma premissa, que por sua vez já era uma cópia de Hills Have Eyes do Wes Craven, refilmado por Alexandre Aja, ou seja, temos ai uma overdose de filmes iguais. Pensando nisso, e sabendo que não tinha mais o que inovar, a escolha do diretor foi acertada, exageros, gore, perseguições, abrindo mão de desenvolver melhor os personagens.

No meio de todos os clichês o que não falta é sangue e diversão, as piadinhas as vezes não funcionam, alias, não funcionam, e quando se tenta dar uma profundidade a um personagem acaba tornando – se cômico, mas o inicio exagerado e o ritmo frenético salva todo o resto.

Boa meu caro Lynch, boa...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Fay Grim de Hal Hartley

Esqueça as criticas!

É a primeira regra para ver esse “puta” filme dirigido por Hal Hartley, Fay Grim é continuação de Confissões de Henry Fool, e para tanto não faz feio, é uma obra de difícil digestão e complexa. A começar que a critica fez questão de tratá-lo como uma simples brincadeira do diretor, e compará-lo com o excelente, mas despretensioso, Beijos e Tiros, é obvio que Hartley não se limitaria a fazer um filme buscando o mero entretenimento, ele quer mais, e como quer...

Uma bizarra e confusa trama de espionagem dá o tom da historia, e os personagens importantes de Henry Fool fazem presença aqui, Parkey Posey como Fay está excelente e mostra-se uma atriz capaz de expressar todo o sentimento do personagem com expressões, em meio a tudo isso, o roteiro nos brinda com diversas questões do aspecto humano e faz uma analogia ácida ao mundo pós 11 de setembro.

“Após sete anos sem ter noticias do Marido, Fay se vê envolta em uma rede de espionagem e (Para quem viu o filme anterior) as confissões escritas pelo marido aparenta ser muito mais do que é!”.

Desde os atentado pós onze de setembro, muitos filmes falharam em retratar a paranóia americana, foram falhos por justamente terem personagens dentro de estereótipos: vitima, vilão. Já Hal Hartley acerta justamente ao pegar personagens de outro filme(de 1997), e mostrá-los vivos nesse mundo caótico, Fay não entende o que está acontecendo, só sabe o que a policia americana lhe passa, e mesmo assim as informações estão muito nebulosas, a política mostra-se confusa demais para o povo entender, e são tantas posições e visões, que é mais cômodo não adotar lado nenhum, basta seguir os instintos.

Para deixar o clima ainda mais paranóico, os personagens que representam a conspiração, espionagem, terrorismo, governo estão caricatos demais, contrastando com os personagens Fay, Simon, Angus, que estão contidos, passando uma impressão ainda maior de perdidos em um mundo louco.

Vale ressaltar ainda que Hartley ainda arranja tempo para desenvolver sentimentos de cada personagem, Fay ama Henry, mesmo com tudo que ele tenha feito de mal a ela, é um sentimento que ela não pode controlar, por mais que tente, o terrorista que matou um numero razoável de americanos, é incapaz de matar um outro (não vou dizer quem), justamente por simpatizar com ele, e muito mais.

O roteiro ainda coloca informações complexas sobre política, que pode fazer algum sentido ou nenhum, a idéia é confundir mesmo, Fay está lá, um ser humano normal, em meio a um grande problema, que pode ser apenas fruto da alienação dos governos e sua paranóia, talvez os manuscritos de Henry sejam apenas um péssimo livro superestimado, no fim, chegamos a conclusão que todos os personagens, de 1997 para cá não evoluíram, por isso se sentem totalmente deslocados e aceitar a versão da imprensa, dos governos, dos terroristas pode ser mais cômodo, mas não o correto, a idéia passada aqui é justamente não se envolver, mas quem pode passar incólume a tudo isso.

Nota 10

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Entrevistando Petter Baiestorf!

O underground nacional tem o seu Papa, o seu John Waters, o seu Messias, enfim...Mister Petter Baiestorf é uma figura, escritor, diretor, fotografo, técnico de efeitos especiais, distribuidor, filosofo ( e dos bons), até teve uma banda de rock pesado e tudo na raça, sem muitos recursos, mas com controle total de sua obra (muito coesa para os padrões nacionais).
Desde 1993, quando nos brindou com sua obra filmada em VHS, “Criaturas Hediondas”, o rapaz não para de produzir, seus filmes vão muito alem da linguagem trash e são capazes de serem filmes para reflexão, em momento nenhum ele passa a idéia de mero divertimento, o que o cara quer mesmo é provocar, e isso ele sabe muito bem.
Fiz uma entrevista descompromissada com ele, e para variar está cheia de pensamentos que ele já mostrara no livro “Manifesto Canibal”, poucas pessoas são tão centradas e tem o intelecto tão instintivo como o cara, veja por você mesmo:

Entrevista





1- Caro Petter, obrigado pela entrevista, pois sei que você não é muito chegado nisso, nesse pseudomainstream, você é um cara mais de ação. E é justamente disso que eu gostaria de falar, ao invés de esperar ajuda do governo, você consolidou um nome em um meio elitizado. Você sente orgulho da sua obra por ter conseguido fazer filmes a margem, como uma conquista pessoal ou pelo que ele representa para os novos realizadores do Brasil, que tem em você um exemplo?

Baiestorf: Claro que me sinto orgulhoso de conseguir fazer filmes completamente independente. Eu sou anarquista, venho do movimento punk, aprendi tudo na base do “faça você mesmo!!!” e estou na ativa à 15 anos sendo uma influência constante na obra de muita gente boa, melhores que eu na maioria das vezes, que foram surgindo nos últimos dez anos. Nada disso foi planejado, sem querer fui o primeiro videomaker brasileiro que aplicou em seus filmes os métodos já usados por bandas e fanzineiros que é da cena que venho, e, de certo modo, continuo até hoje!!! Nem penso nisso na real, meu objetivo é continuar produzindo como posso, fazendo co-produções com outros independentes que tenham ideologias próximas das minhas, tanto aqui do Brasil como de outros países. Hoje em dia tenho espaço em mostra e festivais de filmes, em faculdades e outros lugares não underground, tudo sem mudar uma linha minha ideologia, sempre dando seqüência aos meus ideais e experimentando novas formas narrativas com muita crítica social e deboche. Quando não concordo com algum trabalho eu simplesmente recuso, não me interessa dinheiro ou fama e isso choca muitas pessoas. Acho que a vida é curta demais para ficar fazendo coisas idiotas só para ganhar grana ou fama, prefiro me manter a margem disso e continuar no meu caminho. Tenho muita coisa para fazer ainda, muitas idéias para desenvolver...

2- Em suas obras, os dogmas da sociedade são criticados, avacalhados até.Existe a pretensão de pregar uma filosofia própria?

Baiestorf: Não diria uma filosofia própria porque minha maneira de encarar o mundo vem do movimento punk, dadaísta, pouco do surrealismo e do anarquismo. Escrevo meus roteiros me baseando em idéias próprias desenvolvidas à partir da minha maneira própria de encarar o mundo. Quando co-escrevi o livro “Manifesto Canibal” (em parceria com César Souza) fiz a mesma coisa, coloquei minha visão de mundo na maneira de se pensar e fazer cinema sem dinheiro. Mas não quero ninguém seguindo minhas idéias como se fossem uma cartilha, quero que as pessoas repensem à sua maneira minhas idéias e façam sua própria obra sem mendigar grana com patrocinadores.

3- Sua tentativa de fazer um projeto mais comercial, o filme Zombio, dentro da filsofia “baiestorfiana” claro, foi um tremendo sucesso. Você acha que conseguiria fazer filmes comercias para serem exibidos em cinemas de Shopping, como faz hoje em dia uma de suas influências, o John Waters?

Baiestorf: Fiz “Zombio” e o “Raiva” só prá mostrar que sei fazer filmes mais leves, embora ambos tenham críticas sociais. Atualmente, isso de 2002 prá cá, tenho tentando fazer vários filmes bem diferentes entre si, mas todos contendo os elementos da “filosofia baiestorfiana”, minha idéia é encontrar um termo entre filmes políticos, filmes trash e filmes experimentais. Acho que meus filmes novos, “Arrombada – Vou Mijar Na Porra do seu Túmulo!!!” e “Que Buceta do caralho, pobre só se Fode!!!”, são experiências positivas neste sentido. Com “A Curtição do Avacalho” eu já tinha feito isso, misturei a estética trash ao estilo dos filmes udigrudi brasileiros dos anos 60 e a filosofia anarquista e consegui construir um longa bem interessante que acabou sendo bem aceito em festivais e pelo público pagante. Acredito que “A Curtição do Avacalho” seja um dos meus longas mais radicais e que teve uma aceitação ótima. Mas respondendo sua pergunta, eu não quero fazer cinema de shopping, eu quero colocar essas minhas experiências ao alcance do público que vai ao shopping. O cinema produzido atualmente é burro demais, precisamos fazer filmes difíceis e largar na cara do povo, quem pensar um pouco vai se divertir bastante.

4- Por fim uma pergunta pessoal: Certa vez comentamos sobre o seu desejo de fazer sua visão da historia de Jesus, conte-nos mais sobre esse projeto e em que pé está?

Baiestorf: Esse projeto está abandonado, não mexo nele desde 2000 para ser mais exato. A idéia toda continua na minha cabeça, é completamente diferente de qualquer versão sobre Cristo já apresentada, mas seria um filme que para torna-lo realidade eu teria que ter uma boa grana na mão, penso nuns 500 mil reais, com menos seria impossível começa-lo. Talvez um dia eu arranje algum produtor, mas até lá vou me ocupar de outros projetos e continuar na minha.

Um Abração


Sobre o cara:



Filmografia:



1993- Criaturas Hediondas (de Petter Baiestorf).1994- Criaturas Hediondas 2 (de Petter Baiestorf).1995- O Monstro Legume Do Espaço (de Petter Baiestorf).1996- Eles Comem Sua Carne (de Petter Baiestorf).1996- Caquinha Superstar A Go-Go (de Petter Baiestorf).1996- Blerghhh !!! (de Petter Baiestorf).1996- Bondage (de Uzi Uschi).1997- Bondage 2 (de Suzana Mânica).1997- Super Chacrinha E Seu Amigo Ultra-Shit Em Crise Vs. Deus E O Diabo Na Terra De Glauber Rocha (de Petter Baiestorf).1998- Gore Gore Gays (de Petter Baiestorf).1998- Sacanagens Bestiais Dos Arcanjos Fálicos (de Petter Baiestorf).1998- Bagaceiradas Mexicanas Em Palmitos City (de Uzi Uschi).2001- Raiva (de Petter Baiestorf).2003- Cerveja Atômica (de Petter Baiestorf).2004- Quadrantes (de Coffin Souza).2006- A Curtição Do Avacalho (de Petter Baiestorf).2006- O Monstro Legume Do Espaço 2 (de Petter Baiestorf).



http://www.bulhorgia.com.br/frameset.htm

domingo, 21 de outubro de 2007

Por que diabos eu gosto de Luta Livre?

Meu sócio na produtora sentou ao meu lado, quando eu estava assistindo um evento da “WWE” que haverá baixado na net, o primeiro comentário dele foi:

- Não é combinado?

Dei um pause calmamente e disse que sim, em seguida continuei assistindo, e feliz da vida com a ida do titulo que o John Cena detia para o legend killer Randy Orton esbocei uma comemoração, não entendendo nada, ele que não deve ter visto nunca um show de luta livre, sai de perto e questiona: Por que diabos alguém pode gostar de luta livre?

Realmente a luta livre, principalmente a americana, tem algumas características que seriam fáceis de minha pessoa odiar, é mainstream demais, comercial demais, mas a verdade é que eu não gosto só do esporte de entretenimento americano (é como chamam a luta livre), mas luta livre brasileira, o nosso popular tele catch, a mexicana, enfim me divirto com qualquer uma não importa a nacionalidade, o que vale é a diversão.

Então decidi decifrar alguns signos desses shows, e chegar a uma conclusão do porque eu sou um eterno fanático. Primeiramente, ele tem um esquema bem tradicional da divisão do bem ou mal, herói e mocinho, e por mais que possa parecer clichê, não existe ninguém que não se identifique com esse sistema.

Em seguida vem a questão da luta, a luta em si, identifica o nosso dia a dia, tudo está lá, é um resumo geral das coisas: as dificuldades no inicio, a humilhação que passamos, a derrota, e por fim a vitória (O grande cinturão), mas muitas vezes temos a puxada de tapete e todo o processo começa novamente. É uma metáfora clara da nossa vida e nossos anseios, as pessoas acompanham isso como uma válvula de escape, para sair da realidade.

É como ir a um bom show de rock, trabalhamos a semana inteira, agüentamos os nossos patrões (simbolizados pelos vilões na luta livre) e queremos ver nossos heróis em ação (no caso da luta livre, o mocinho). Na maioria dos espetáculos de luta livre, existem diversos personagens que nos identificamos com ele, pois, simplesmente simbolizam algum momento que estamos passando ou traços de nossa personalidade.

É um show que usa muito a sociedade para criar seus semelhantes lá no palco, o ringue.

E a Brasileira?

Muitos dizem que o brasileiro faz uma Luta Livre de péssima qualidade, mentira, a nossa luta livre é ótima e abraçamos todas as outras culturas e criamos um estilo próprio, um grande circo de diversão que dá um pau naquela chatice do Cirq de Soleil, não comparando em termo de circo, mas diversão.

Os nossos lutadores, hoje em dia fazem shows com pouco dinheiro, mas eficientes. Anos atrás, acho que entre 97 e 98, o Ratinho exibia aos domingos um show de luta livre. E tinha bons lutadores? Se tinha...Bob Junior, Soldado Igor, Pirata Mozart, Kid Abelha, Roni, Sarabando Jr., Os caipiras, Homem Montanha, Poderoso Neves, Motoqueiro Trovão, Diamante negro. E quer saber? Mesmo numa época longe dos tempos áureos, eles fizeram algumas lutas que já se tornaram clássicas:

Bob Junior X Motoqueiro Trovão
Bob Léo X Poderoso Neves
Motoqueiro Trovão X Soldado Igor

Além de um momento que me emocionou muito como fã: A volta do maior showman que a nossa luta livre já viu, e não estou falando do Ted Boy Marino, mas sim do Matador Aquiles, que em sua volta ganhou a alcunha: O sanguinário matador.

No ringue? Ah no ringue....Meu pai sempre me narrava os clássicos combates desse monstro sagrado do tele catch, mas eu nunca botara fé...E o que o desgraçado fez? Uma verdadeira destruição e uma mostra do que é ter um timming de vilão. A começar que quando entrou, todos os vilões do programa, inclusive o Motoqueiro Trovão, muito emocionados, fizeram um corredor de recepção, e chega o cidadão como se fosse um rei, pobre do adversário, ou vitima dependendo do ponto de vista, foi detonado, sangue aos montes, mordida na cabeça, limão nos olhos, enfim, aquele ringue era do Matador Aquiles naquele momento, ninguém poderia interferir...Deixe o cara mostrar a arte dele...E que arte!

Luta Livre é arte, envolve audiovisual, roteiros, interpretações...É esporte, envolve preparo físico, artes marciais...É um show, como poucas bandas de rock podem nos oferecer.

Viva ao tele catch e seus profissionais.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Narrativas, percepções e pretensões!

Após terminar de escrever dois curtas que já estão em fase de preparação e caminhando para a pré ? produção, eu estou decidido a escrever algo diferente, não sei se um longa ou um média, ou até mesmo um curta, mas gostaria muito de testar novas formas narrativas, encontrar novas percepções que façam muito bem uso do termo Áudio Visual, que não seja nada linear e mastigadinho, mas algo aberto a interpretações como uma boa poesia.

Uma das coisas que acho importante em uma obra, seja ela literária, audiovisual, musical ou o raio que o parta, é a interpretação e como ela fala conosco e como desvendamos os seus signos e chegamos a uma conclusão, que talvez não tenha sido a inicial do autor, mas a verdade é uma só: o autor não tem domínio sobre a cria.

Meu processo criativo resume-se basicamente em criar a estrutura, o ambiente e os personagens, e o resto acontece, acontece? Como assim? Simples, eles se desenvolvem sozinhos, sou incapaz de controlá-los eles seguem uma direção errada e sou incapaz de redireciona-los, é como um filho maior de idade o qual não podemos controlar.

E só consigo trabalhar dessa forma, recebi a proposta de escrever um curta para um amigo, ele me passou a sinopse e comecei a rascunhar algumas coisas, mas o personagem estava rebelde, não saia do lugar, queria ficar parado e não fazer nada. Fiz a única coisa que podia, puni ele simplesmente partindo para outra, ele já se transformou, agora irei usá-lo para outra coisa...

Agora qual seria a reação do publico a personagens multi facetados? A cenas desconexas? A um enredo que inconscientemente exige uma interação do espectador? Sinceramente não sei, mas quero escrever algo assim, e viver essa experiência...

Mas que pretensão!

Smiley Face!


Há um tempo atrás vi um filme do diretor Greg Araki, chamava-se Doom Generation, era independente, baratérrimo, violento, surreal, sarcástico, critico, enfim, uma obra interessante e um filme que tenho um imenso carinho. O diretor é gay e militante da causa, e por isso Doom Generation foi o seu primeiro filme hetero (!?), é chegado em uma bizarrice, e autor do roteiro do filme, nesse ambiente independente, sem pressões ou astros, podendo se expressar como bem entender ele mostrou um estilo próprio, extremamente marginal, o que funcionou muito bem.

Depois de anos esperando ver alguma coisa nova dele (quase nunca dava certo), tive a oportunidade de ver seu ultimo trabalho: Smiley Face, cheio de astros como Anna Faris, John Krasinski, Adam Brody, Danny Masterson, e com uma sinopse bizarra, sobre uma jovem chamada Jane, que chapada de maconha tenta a todo o custo resolver seus problemas e obrigações, mas sempre acontece algo, achei que seria uma comédia politicamente incorreta, o que certas vezes o é, e totalmente engraçada...

Quanto a ser engraçada...

O roteiro de Dylan Haggerty é incapaz de dar um ritmo legal a historia, mesmo com a direção competente de Greg, a atuação de Anna Farris que está brilhante e a edição inteligente e moderna, as situações são bobas e as metáforas não funcionam muito bem, você tem que fazer um esforço danado para conseguir captá-las. O personagem de Anna Ferris totalmente drogada e desligada da realidade, em contraste com o mundo real e sério, se bem desenvolvida, seria brilhante, mas não é.

Uma sacada inteligente é quando a garota rouba acidentalmente um livro raro escrito por Karl Marx e planeja vendê-lo no Ebay, e o dono desesperadamente corre atrás do objeto raro. Mostrando que da ideologia de Karl ele não segue nada, o que interessa ali é o seu valor como raridade, ele se sente no direito de guardá-lo no cofre (a posse) e a garota quer lucrar com ele, ou seja: o anarquismo está só no papel e mesmo assim se tornou raro. Mas para você interpretar isso, precisa de muita força de vontade.

A verdade é que o filme é ruim, ruim por demais, e Anna Ferris o salva com o seu talento para a comédia, mas o pior é ser um filme de comédia, em que a piada não funciona...Nem se você estiver chapadão! Pisou na bola caro Greg!

Blade Runner o Livro!


Adoro o filme ?Blade Runner? dirigido por Ridley Scott e com o Harrison Ford e Sean Young, é um dos meus filmes prediletos e durante muitos anos da minha vida ele foi meu objeto de culto, visto que o via em média umas três vezes ao mês, em uma fita VHS surrada gravada da tv paga. O clima, a fotografia, o romance de Deckard com a replicante Rachel, e a historia que trata a humanidade do jeito que ela é, foi e ainda é de um impacto gigantesco, é um filme que me faz relaxar e desligar do mundo por algumas horas.
Eis que quando comprei o livro de Philip K. Dick que deu origem ao filme, pela bagatela de sete reais, pausei o livro que estava lendo no momento e decidi viajar novamente na historia, agora ela como literatura, uma das coisas que pensei foi que por ter visto o filme tantas vezes a obra perderia muito...Mas estava enganado, redondamente enganado, que bom!
O livro é delicioso de ler, e tem muito pouco a ver com o filme, além da estrutura da historia, muitas questões e pontos de vistas são adotados e de forma imparcial, o ambiente é mais complexo, a solidão aflora em lugares escuros e cheios de poeira, a religião e seus dogmas são postos em cheque com a personalidade humana, Deckard e Rachel, na minha opinião, no filme tem o relacionamento melhor trabalhado e só, os replicantes estão bem desenvolvidos e com personalidade, e a historia flui que é uma beleza.
Pode parecer pouco, mas esses elementos somam para montar uma obra coesa e inteligente, defeitos? Têm sim, o combate final com os andróides Nexus Seis não tem emoção nenhuma, e a questão do relacionamento RACHEL/DECKARD como dito antes é inferior ao filme, no mais é uma obra obrigatória para todos que gostam de uma boa Ficção Cientifica.

Até que enfim vi Henry Fool!




Ver filme bom é algo complicado no Brasil, dificilmente achamos alguma coisa em vídeo-locadoras, e acompanhar as sessões de mostras é algo extremamente difícil, principalmente que em época de mostras grandes, tem tanta coisa para se assistir que você escolhe por prioridades e geralmente pelo que se encaixa melhor no seu horário. Um desses filmes que a gente perde e promete um dia assistir pude ver calmamente ontem: ?Henry Fool? do Hal Hartley (numa copia não muito boa), e como gosto desse cineasta, ele sabe narrar uma historia simples como poucos e com coisas corriqueiras ele desenvolve uma ação que te prende do começo ao fim, é um cineasta inteligente e que extrai muito dos seus temas. A sinopse é básica: um homem misterioso chamado Henry Fool e que escreve suas memórias, loca o porão da casa dos Grim, a partir daí sua influência se estende, desperta o poeta existente no retraído Simon, transa com a mãe doente do pobre garoto e seduz a irmã do mesmo, a vadia Fay. Quem é esse homem? Quais são seus segredos? O que ele escreve? Hal Hartley desenvolve tais temas e muito mais, seu discurso é muito pessoal, a versão e o fato é algo desenvolvido de forma magistral, e a forma como ele analisa o caráter humano é algo único, Henry é um grande homem ou não? O que seria um grande homem? São discussões que ele trata com clareza, por ser um grande cineasta e isso ele é, um grande cineasta...Além de um belo psicólogo!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Preguiça de escrever no Blog...

Faz dias que não escrevo em meu blog, foram dias de leituras intensas, ver muitos filmes, ouvir musica e escrever um pouco, muito, muito trabalho e um pouco de preguiça me impossibilitaram de escrever para o blog, e olha que vi muita coisa interessante, então dessa vez serei sucinto em meus comentários. Filmes "Pacto com o demônio" (Episodio do Masters of horror, dirigido por Willian Malone) "Criatura Maligna" (Episodio do Masters of horror, dirigido por Lucky McKee) "Lenda Assassina" (Episodio do Masters of horror, dirigido pó Larry Cohen) "Casa de Sangue" de Olaf Ittenbach "007 - Cassino Royale" de Martin Campbell "Armadilhas Mortais" de Andy Hurst "Crime Ferpeito" de Alex de La Iglesias "O Garoto" de Charlie Chaplin "Delírios de Um anormal" de José Mojica Marins

Comentários:

"Pacto com o demônio" é outro episodio extremamente burocrático da série "Masters of Horror", Willian Malone é um diretor quadradão, incapaz de inovar ou mesmo de criar um clima assustador, mas consegue criar imagens extremamente modernas, "Criatura Maligna" do Lucky McKee é, como disse um amigo, o episodio trash da série e foi muito divertido, "Lenda Assassina" embora tenha algumas falhas, nos mostra que John Landis consegue se sair bem num episodio meio arquivo x e ainda por cima criar diálogos impagáveis, além da beleza estonteante da Brasileira, e referência a "Um Lobisomen Americano em Londres".

"Casa de Sangue" do Olaf Ittenbach foi uma volta do diretor Alemão ao seu estilo propagado em sua extensa filmografia independente, tudo está lá: personagens de épocas passadas, estórias paralelas, sangue e violência sem pudor algum, demônios. Mas ele definitivamente não é grande, e sua direção sempre soa pesada demais, interpretações péssimas, mas é divertido...

"007 Cassino Royale", fui na estréia e achei formidável, demorei um tempo relativo para aceitar Daniel Craig, mas depois que o fiz, o filme correu solto, o "Bond Beguins" é um filme adulto, um novo inicio para as aventuras do agente com licença para matar, Martin Campbell fez um filmaço...

"Armadilhas Mortais", é tão ruim, tão ruim, que chega pelo menos a divertir pelo ridículo involuntário, copia boqueta de Jogos Mortais, altamente dispensável. "Crime Ferpeito", Alex de La Iglesias é um dos meus diretores prediletos, sabe como homenagear o cinema como poucos, pois ama a sétima arte e procura mostrar isso em seus filmes, esse não podia ser diferente e é excelente.

"O Garoto", É Charlie Chaplin, só pode ser genial...

"Delírios de Um anormal", revi esse filme recorte de Mojica, e embora o ache muito sem ritmo, é uma obra interessante e a ser estudada.

Meus comentários são esses, curtos e grossos, e sem aprofundamento nenhum, por preguiça mesmo.

Musica: "Edguy - Hellfire Club" "Edguy- Rocket to Ride" Comentário: Dois ótimos álbuns do EdGuy que caminha para se tornar a próxima potência do Heavy Metal mundial...

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Mais um pouco de cultura pop útil e inútil...

Já faz alguns dias que não escrevo nada no blog, o máximo que fiz foi redigir um trabalho e ajudar, péssimamente, uma amiga em um trabalho dela sobre o Akira Kurosawa, se tivesse tido mais tempo o trabalho teria saído muito melhor, desculpa Lú...Ah ia me esquecendo, mudei o meu perfil do Orkut, deixei ele com uma cara mais Cristen Charles.

Vi filmes, coisa que não fazia com a devida atenção já fazia algum tempo, "Almas Reencarnadas" de Takashi Shimizu o mesmo diretor de "Ju-ong" e de seu remake americano "O Grito", essas tramas asiáticas de fantasmas, maldições, meninas malvadas aparecendo a torto e a direito, vultos caminhando por trás de personagens estão lá, na trama uma aspirante a atriz vai interpretar um papel em um filme de horror, baseado em uma chacina real que ocorreu em um hotel há exatos trinta anos, coisas estranhas começam a ocorrer, cenas dos assassinatos surgem em flashes para o espectador, que para variar têm que ordenar tudo e entender o apoteótico final, mediano e só... Depois conclui a leitura de "Os Jogos da Atração" de Bret Easton Ellis e além da pífia tradução, constatei outra falha da editora Rocco: Ela grafou o nome do autor na capa como "Breat" ao invés de Bret. Sinceramente gostei, pois existe elementos típicos dele no livro, além da forma "videoclipestica" que ele narra a historia, mas não foi o seu melhor livro não...

Depois assisti ao...hehehehehe... "Menina má.com" tradução ridícula de "Hard Candy" e quer saber? Mesmo com todo o alvoroço a respeito do filme que fizeram, e com as interpretações ótimas de Ellen Page e Patrick Wilson, e a direção sóbria e competente de David Slade, o filme é apenas mediano e em alguns momentos previsivel, o suspense mostra o talento do diretor e dos atores, que embora bem previsíveis mesmo, chegando ao obvio, consegue manter o clima um tanto quanto tenso, e eu gosto de filmes com um diminuto números de personagens, não sei porque (Esse têm apenas dois a maioria do tempo), outro detalhe interessante é os planos e ângulos que abusam de closes e tomadas bem próximas aos personagens, quase nunca detalhando o ambiente. A trama gira em torno de um trintão que conhece uma garota menor de idade pela net, tem um encontro com a dita cuja, a leva para seu apartamento, é desacordado e sofre torturas físicas e psicológicas, mas quais segredos haverá por trás disso tudo? Além de tratar levemente do tema pedofilia, é tudo tão frenético que nem percebemos as mancadas do roteiro.

O capitulo do "Master of horror" dirigido por Larry Cohen, "Estrada para a morte", me frustrou bastante, é assistivel, mas não me surpreende, não há um suspense equilibrado, o desenvolvimento dos personagens é meio rasteiro, embora a idéia seja centrar a historia na visão de dois seriais killers, mas eu esperava mais e não gostei. A trama gira em torno de um ônibus que quebra no meio de uma estrada, longe de postos de conveniências, surge um serial killer caroneiro (Warren Cole) que mata alguns incautos passageiros, e um serial killer que adora matar quem pede carona (Michael Moriarty) e que inclusive dá carona a mais uns incautos passageiros que desejam ir a um posto de conveniência, paralelo a isso tudo uma moça que era passageira do ônibus e saiu caminhando antes de ambos chegarem, torna-se a próxima presa de ambos, e o embate é eminente. Ta valendo!

Por fim comecei a ler "Lunar Park" do Bret Easton Ellis, que já está se tornando um dos meus autores prediletos, nas 112 páginas que comecei a ler cheguei a conclusão que a mente aparentemente doentia dele, nada mais é que puro talento. Ele nos brinda com uma autobiografia que se torna uma ficção surreal, e começa a passear pelo terror, diálogos rápidos e ácidos, uso de drogas, sexo e ironia a vida americana estão lá, é muito divertido.

Paralelo a isso chego a incrível conclusão que de novembro para cá li e reli em torno de 5 livros, incluindo ai: Admirável Mundo novo, Os jogos da atração, Os informantes, Praticamente inofensiva e mais alguma coisa que não lembro e agora inicio Lunar Park, ando a mil.
Musica? Bem vídeo clipes dos anos 80 e 90 de um dvd que surgiu lá em casa: Pet Shop Boys, New Order, Erasure, Vanilla Ice, e mais um monte de porcaria que eu não lembro o nome mas me divirto bastante ouvindo.

No mais, trabalho, faculdade, pouco dinheiro, essas coisas básicas.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

No próximo ano chega ao Brasil, "Turistas", filme de terror dirigido por John Stockwell que como diretor para mim é uma nulidade, mas já anda causando alvoroço, com pinta de "O Albergue" do ótimo Eli Roth, o filme trata de turistas que são assaltados, seqüestrados, e têm os órgãos retirados por uma quadrilha de traficantes de órgãos, temos o já básico turismo sexual, mulheres de biquínis, semi-nuas, essa festa toda....Coisas que não acontecem em nosso país, é puro clichê dos norte americanos, ah meu deus! O pessoal da Embratur terão que engolir essa e ficarem "pianininhos", enquanto tivermos um governo corrupto essa descrição do Brasil é algo de extremo bom gosto, ainda mais que o roteirista provavelmente nunca esteve no Brasil senão...A coisa seria um tanto pior...Espero que o filme seja ótimo e um monte de gente assista ao redor do mundo, para chamar a atenção e ver se nossos governantes tomam vergonha em suas caras feias...Aqui não é Paris meus Chapas! Sacou? Meus Chapas!

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Faculdade, planos para férias, livro, musica...
Vou tentar ordenar as coisas hoje (30/11/2006), um pouco de faculdade, um pouco de cerveja e uma viagem de moto. Por esses dias ando muito pouco comunicativo e fico refletindo bastante, me deu vontade de aproveitar as férias da facul para uma viagem meio mochileiro, sem destino, carregando apenas: alguns livros, sungas, camisetas, blusas, shorts, calças, uma ou outra cueca, mp3, gibis, mas a dúvida é: Devo convidar alguém, ou ir sozinho em busca de um eu interior (Seria possiel?).

Logo depois li mais um pouco de "Jogos da atração" e um pouquinho de Schopenhauer que é bem interessante, embora ele seja meio arrogante, e eu no fundo goste disso. Quanto a musica foi um mix bem eclético de rock and roll, indo do punk rock brasileiro competentíssimo da Plebe Rude com "Brasília", "Johnny vai a guerra", "Pressão Social (Que acho eu que todas as pessoas que querem se auto-analisar, mas não tem coragem, deveria ouvir)", logo depois o Heavy metal, que alguns dizem ser Black Metal do Mercyfull Fate arrasa tudo com: "Nightmare be thy name", "Angel of Light", "Witches' Dance", "The Mad Arab", por fim eu relaxo com "Metal is forever", "Suicide and mania" e "Visions of fate" do Primal Fear.

Mas eu estava sonolento e não morto, decidi ver um filme, mas eu queria algo bem vagabundo e de preferência ruim, taquei no dvd o disco do filme "Monster Man", sou uma puta velha quando o assunto é cinema, modéstia parte, mas embora eu tivesse previsto alguns detalhes do roteiro, o diretor Michel Daves que também foi roteirista, me surpreendeu, com um filme simples mas divertido, sua estréia no gênero horror não poderia ter sido melhor, ele dirigiu algumas comédias românticas legaizinhas (100 garotas, 100 mulheres), mas está bem a vontade nesse filme, além de ele ter um relativo humor. Não gostei da dupla de atores centrais (Não sei porque, eles até que se saíram bem) Eric Jugmann e Justin Urich, mas quando na trama surge a hiper-magnanima-gata-sensual Aimee Brooks o filme coincidentemente pega ritmo, ela esbanja beleza, sensualidade, e nem é muito famosa, ela é tão viva na tela, que na vida real eu conheço algumas mulheres que deveriam se inspirar nela, vai ser sexy assim lá em casa.

Voltando ao filme, a historia é simples, dois amigos que se odeiam mas se amam na verdade, estão viajando, vão a um casamento, durante a viagem de carro eles discutem sobre mulheres e sexo, até porque o panaca dos dois irá se declarar para a noiva que é na verdade a garota que ele ama há anos, mas no caminho são surpreendidos por um monstro dirigindo um Truck e dão carona para a gostosona, ai é sangue, sexo e um final, que embora para mim tenha sido previsível, é no mínimo curioso e empolgante, uma grande surpresa.

Dormi Sossegado e penso: "Quero assistir Cassino Royale!"

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

...Assim foi meu dia ontem (29/11/2006) a partir das 7 horas da noite, decidido a relaxar tomei um banho semi gelado, tomei uma xícara de café, e reli o ultimo capitulo do livro "Admirável mundo novo" do Aldous Huxley, reli pois durante o banho formulei algumas teorias esdrúxulas sobre o final, mas por fim decidi deixa-las de lado e me conformar com o final em aberto.

Dei uma volta de moto para analisar as pessoas, algumas delas para falar a verdade, sempre faço isso, pois as vezes busco inspiração para alguns personagens que escrevo, e é um exercício que me ajuda a esquecer os problemas um pouco, fui ao bar e fiquei exatos três minutos, bêbados, cigarros, snooker e mais nada de conteúdo, fui a casa do meu amigo Washington e joguei algumas partidas de Winning Eleven 10, estava péssimo, ganhei uma da maquina de um a zero apertado, e perdi umas três de goleada para meu amigo Silvio, logicamente meu humor tornou-se predominante e decidi voltar para casa.

Peguei o Livro "Os jogos da atração" de Bret Easton Ellis (Sim ele de novo), e comecei a ler em uma tacada só, foram cem páginas, mesmo com a péssima tradução de uma tal de Eliana Sabino, consegui me divertir pacas com os personagens e quando o deixei de lado para ver um pouco de TV, fiquei comparado os personagens do livro com algumas pessoas que eu conheço, e pasmem, encontrei até um parentesco com a Luciana Gimenez, que graças a deus não conheço, mas fiquei feliz em uma coisa: No livro o personagem que lembra ela, é uma nulidade, não têm relevância nenhuma em um universo cheio de pessoas vazias, yes! Foi minha primeira vitória no dia.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Tédio, leitura e Rock and Roll... Estou muito entediado, pouco dinheiro, muitas coisas a fazer, e o prazer que sinto em tudo isso é o mesmo prazer que uma lontra sentiria em estar sendo cozinhada, se é que uma lontra possa ter algum sentimento em estar sendo cozinhada, pois teoricamente ela teria que estar morta para ser cozinhada, mas e se não tivesse? Então o cozinheiro seria um sádico que provavelmente, estaria tendo orgasmos em ver uma lontra ser cozinhada viva, mas por deus! O que é uma lontra mesmo?
Terminei de ler ontem o teoricamente ultimo livro da série "Mochileiro da galáxia" de Douglas Neal Adams, teoricamente porque "Praticamente inofensiva" escrito em 1992 não é considerado por alguns fãs xiitas da série como dentro da cronologia, embora use os mesmos personagens e o mesmo universo, portanto o anterior e confuso "Até logo e obrigado pelos peixes" é o ultimo. Gosto muito dos outros livros, embora o primeiro seja infinitamente superior aos seguintes, mas esse é realmente chatinho com uma ou outra passagem interessante, mostrando a total falta de boas idéias que o autor tinha ao escreve-lo, mas a química entre os personagens é tão automática que vale a leitura.
Dias antes, terminei de ler "Os informantes" de Bret Easton Ellis, adoro seus livros, tratando de personagens totalmente ausentes de sentimentos, ou como diria alguns, de alma, e cheios da grana, comendo do bom e do melhor, andando em carrões, ausentes de objetivos e horizontes, mas pelos menos ouvindo musica boa e de qualidade, alguns são meios que homicidas ou até mesmo vampiros (Pasmem!) ou simplesmente não vivem a nossa realidade, os livros são confusos (Principalmente o Glamourama) na maioria das vezes, até surreal, mas quer saber? Vale a pena...Já não vejo a hora de ler Lunar Park...
Quanto a musica? Bem, andei ouvindo Mötley Crüe para variar um pouco, mas o albúm "Deadly Lullabyes Live" do King Diamond, é brilhante, o velho rei diamante continua contudo, contando seus contos de terror em forma de musica, usando sua voz maravilhosa, e interpretando diversos personagens em algumas canções, o cara é foda demais, e ainda temos versões matadoras de: "Mansion in Darkness", "Invisible Guest", "Welcome Home" "Blood To Walk" que vale a pena comprar o disco, o Heavy Metal com certeza é algo mágico... Até a próxima galera... Fui...