sábado, 23 de fevereiro de 2008

Na Natureza Selvagem.

Sean Pean dirige Emili Hirsch, camera no lugar certo.

Demorei pra postar algo no blog, gostaria de que fosse qualquer coisa que estivesse acima da média, algo que valesse a pena ser visto, lido ou ouvido (ou tudo isso junto, rsrsrsrsrs...), mas eis que minha maior surpresa foi um filme dirigido pelo ótimo ator Sean Pean, que até então tinha uma carreira como diretor um tanto quanto medíocre. O mesmo ao ler em 1996 “Na Natureza Selvagem” de Jon Krakauer se sentiu fascinado a ponto de se dedicar a conseguir filmar o livro, o texto de Krakauer é a biografia de Christopher Johnson McCandles, jovem que ao sair do colégio e prestes a entrar numa universidade, decide viver como um naturalista, viajando sem rumo, em busca do total desapego material e tentando fugir do sistema hipócrita proposto pela sociedade, tinha muito de Jack Kerouac ali, mas a trajetória de Chris é muito fascinante, justamente por ser real e o filme procurar manter-se fiel a tudo.

O filme é tecnicamente muito bem feito, é um cinema moderno, mas com uma aura do bom e velho cinemão, existe um cuidado todo especial com a paisagem, já que a mesma faz parte da historia como um personagem cúmplice, na tela o cenário toma vida pelo ótimo trabalho de fotografia desenvolvido por Eric Gautier, já experiente em fotografar belas paisagens em road movies, como fez em “Diários de Motocicleta” de Walter Salles. Sean Pean tem em suas mãos atores que estão em total sincronia com os personagens e a todo minuto vemos a dedicação de todos com o projeto, Emili Hirsch como o protagonista Chris, cria um personagem complexo e passível de analises mais amplas.

A câmera de Pean não poderia ser mais providencial e é outro ponto forte da trama (assim como os atores), ela simplesmente surge, invade a vida daquele personagem em diversos âmbitos, é imparcial quando capta momentos de pura tensão da família, quando decide mostrar a paisagem, e até mesmo acompanha de perto o protagonista, a cena em que Chris simplesmente interage com ela, é de uma beleza incrível. A trajetória é narrada por capítulos, com uma edição primorosa, a musica de Eddie Veder (Pearl Jam), feita exclusivamente para o filme, é perfeita em todos os momentos e os personagens que surgem em sua busca, são de uma magnitude espetacular, e tão reais, mas tão reais, que dá vontade de tentar conhecê-los.

A relação personagem - família, tem tudo para ser a mais real da historia do cinema, a maioria das famílias no mundo todo são daquele jeito, é o retrato dos pais que vieram dos anos 60 e 70, a visão do personagem pode ser radical, mas sua família, com seus erros e acertos e toda aquele típica hipocrisia, é uma justificativa plausível. A cena do personagem Ron e sua relação com Chris mostra o talento e qualidade dos atores, diretor de fotografia, e diretor, sintetiza magnificamente o filme, e na minha singela opinião, é um dos pontos altos do filme, devido sua simplicidade e convicção, o que poderia ser piegas, torna-se genial.

O filme é imperdível, bom demais para ser ignorado, mas não é uma diversão leve, sua contundência e imparcialidade causam angustia, mal estar e emoção, mas acredite, você sairá outra pessoa depois da projeção, já é a melhor coisa que vi no ano de 2008 e dificilmente algo irá superar.

Nota: 10 de 10.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Mandando Bala

Poster do filme


Um filme de ação que lembra muito o Motorhead, rápido, desbocado, bem tocado e extremamente divertido, e não é que tem até o clássico da banda citada acima Ace of Spades na trilha sonora do filme? Isso é Mandando Bala (Shut’em Up), filme escrito e dirigido por Michael Daves, um diretor que se mostra muito hábil quando o assunto é entretenimento, é só dar uma olhadinha no meu post sobre o outro filme do cara, Monster Man, eu já sacava o cidadão há tempos.

Clive Owen é Smith.

Bem, a historia é muito simples: Smith (Clive Owen) está esperando um ônibus quando passa a sua frente uma mulher grávida, logo atrás vem uns grandalhões armados até os dentes para matar a coitada, ai é que Smith entra em ação, salva o bebe mas não a mãe, agora perseguido pelo nervosíssimo Hertz (O sempre bom, Paul Giamatti) que vive conversando com a estressádissima esposa pelo celular e sua trupe, e com a deliciosa prostituta Donna (Mônica Bellucci) lhe ajudando a cuidar da criança, ele gastará inúmeras balas para tentar manter vivo o bebe e a deliciosa prostituta.

A deliciosa Monica Bellucci é a prostituta Donna

O filme é uma homenagem ao cinema de ação chinês, então o que vemos é uma sucessão de tiroteios bem coreografadas, o prazer de Clive Owen e dos outros atores, como Mônica Bellucci e Paul Giamatti mostram que foi um barato as filmagens. Temos excelentes cenas, como o sexo entre Smith e Donna enquanto estão em meio a um tiroteio, Smith cortando o cordão umbilical na bala, o colete aprova de balas no bebe e todas as cenas de ação sem contar que o humor é muito bem colocado aqui.

Paul Giamatti é o vilão Heartz

Os diálogos estão ótimos, caricatos e verborrágicos propositalmente, ouvimos pérolas como “Sabe qual a diferença de uma arma e uma mulher? É que na arma podemos colocar silenciador”, “Por que não vamos a Policia?” e ouvimos essa: “É que eu sou o unabomber!”, e por ai vai...

Mandando Bala é isso, rápido, direto e muito, muito divertido, que venham mais continuações...

Nota: 7 de 10

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Freddy Vs Jason Vs Ash Nº 1.

Freddy vs Jason vs Ash nº 1

Quando recebi em minhas mãos essa pérola em quadrinhos, fiz questão de ler ávido, já que os três personagens importantíssimos no universo do cinema de horror, fizeram minha infância, foi com uma espécie de saudosismo que me pus a ler a primeira edição, e o legal é que ela começa super bem, bem no clima das cine séries A Hora do Pesadelo, Sexta Feira 13 e Evil Dead – Uma noite Alucinante.

Após os eventos em Freddy vs Jason, Crystal Lake foi renomeada Forest Green, para tentar apagar as tragédias ali acontecida, dois sobreviventes voltam lá para confirmar se Jason e Freddy estão realmente mortos, mas logo trombam com Jason Vorhees que faz o que sabe melhor: matar e com estilo, os desenhos de Thomas Mason dão uma dinâmica espetacular para os assassinatos.

No processo de renovação de Crystal Lake, abriram até uma loja S-MART (Que nosso querido Ash trabalha em Army of Darkness, hehehe), e para tanto, é chamado um funcionário exemplar para acompanhar esses novos e incompetentes funcionários (quase todos adolescentes que só pensam em sexo), esse funcionário lógico, será Ash, no meio disso tudo, para voltar a vida Freddy começa a manipular (através de pesadelos) Jason para achar o necromicon, que pode trazê-lo de volta a vida.

Basicamente é isso, essa primeira edição é competente em mostrar as bases da historia que se desenrolará, e usa muito bem a mística e conceitos dos três universos, o roteirista Jason Craig parece estar habituado a esse universo, e escreve um roteiro com ritmo, e mostra que o bicho vai pegar nas próximas edições, e eu como fã agradeço!

Nota : 7 de 10

Pincelada em séries de TV.

Que tal uma boa pincelada nas séries de Tv que tive a oportunidade de dar uma olhadela por esses dias? Bem, vamos nessa, pois temos Lost, Jericho e Burn Notice!

Lost 4º Temporada, Episodio 1: The Beginning of the End.

Uma boa forma de se começar a continuação de algum filme é abusar de um ritmo frenético, tensão e ação desenfreada, para prender a atenção do espectador e não lhe dar tempo de refletir muito acerca de tudo aquilo, principalmente da qualidade do mesmo e apenas se divertir, algumas obras aproveitaram-se bem disso e transformaram-se em ótimas seqüências, vide 007 Viva e deixe morre (primeiro filme com Roger Moore), Exterminador do Futuro 2 e mais um monte, esse exemplo é usado aqui para ilustrar bem como foi o excelente primeiro episodio da quarta temporada de Lost, The Beginning of the End...

Não vou colocar aqui spoilers sobre o episodio, mas vou adiantar que se trata basicamente de Hurley personagem central dos flashforwards, e a continuação direta do episodio que findou a terceira, e mais fraca temporada da série. O episodio começa com perseguição de carro, abusa da tensão, vemos a morte de Charlie ser novamente explorada, e muita, muita informação jogada freneticamente em meio a perseguições, eventos sobrenaturais, porradas, corre corre na selva, enfim é um ótimo episodio com a cara de Lost, e tudo em apenas quarenta e poucos minutos...

Nota: 9,5 de 10


Jericho - Piloto.

Jake Green é o filho do prefeito da cidade de Jericho, ficou fora por cinco anos, ninguém sabe por onde andou e muito menos ele demonstra vontade alguma de falar sobre, quando questionado suas respostas são evasivas, irônicas e bem humoradas, ele volta para a cidade para tentar conseguir um dinheiro deixado para ele pelo seu falecido avô e que seu pai insiste em dificultar as coisas, ele quer apenas começar do zero. Mas nesse mesmo dia, os Eua sofrem um ataque atômico, e somente Jericho não sofreu com os ataques ainda, agora preso a cidade, ele faz de tudo para ajudar e mostra habilidades como, por exemplo: fazer uma traqueotomia, junta-se a população tentando simplesmente sobreviver em meio ao iminente caos.

O que mais me chamou a atenção nessa série, é a construção e dimensão dada a muitos personagens, embora sua narrativa seja muito linear, coisa rara em época de Lost e Heroes, tudo flui muito bem, quando o caos se instala e vemos o horror psicológico que domina a população, é hora do prefeito mostrar pulso firme assim como a primeira dama, e além de ter essas barras, tem que agüentar ainda um aproveitador e egoísta adversário político, enquanto tenta assimilar a volta do filho.

Skeet Ulrich (Pânico) tenta um recomeço na Tv, e já se mostra um herói carismático, encarnando o complexo Jack Green, o criador da série Jon Turteltaub é o produtor e diretor de A Lenda do Tesouro Perdido e dirigiu a seqüência do mesmo, assumiu a direção do episodio Piloto e manteve a tensão do começo ao fim. Esse primeiro episodio foi emocionante, tem um bom ritmo, bons personagens, e quero ver mais para ter uma impressão mais ampla da coisa.

Nota: 10

Burn Notice – Piloto.

Adoro o tema espionagem, sempre rendem boas coisas como o filme Confissões de uma Mente Perigosa, dirigido por George Clooney e que deu uma nova visão ao tema, aproveitando de todas as influências possíveis, que vão desde o filme citado acima, passando pelos de 007 e um pouco de McGyver, eis que temos a interessante Burn Notice (Que até certo ponto, lembra Dexter).

A trama é basicamente essa: Michael Wensten é um agente secreto jovem e bonitão, mas é despedido no meio de uma missão, é espancado, mas consegue fugir e vai parar em Miami, lá tenta se estruturar para investigar o que está acontecendo, para tanto conta com a ajuda de algumas ex-namoradas e de Sam Axe, interpretado por Bruce Campbell, agente secreto aposentado, bebum, aproveitador, maniqueísta, mas muito carismático.

O primeiro episodio apresenta as personagens, e uma pequena trama sobre um golpe envolvendo roubo de quadros, essa trama achei bem previsível e conduzida apenas para preencher o piloto, mas acredito que a série deva melhorar e muito nos próximos capítulos, já que tem uma segunda temporada garantida e engatilhada.

Nota: 8,5