quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tihuana - Estabilidade e muito Rock and Roll na veia, mas com reggae, rap...

PARTE 1



Os críticos malharam tudo o que puderam, a ponto de falarem que Tropa de Elite, hit já na época do disco Ilegal e que rendeu até vídeo-clip, ressuscitou a banda...Ledo engano, e verdadeira falta de respeito com uma das bandas mais coesas e seguras do chamado rock nacional de entretenimento. O Tihuana nunca foi uma banda do mainstream por assim dizer, até porque nunca participaram de modismo algum, sempre estiveram experimentando e fazendo diversos estilos de musica num mesmo disco, coisa que acabava impossibilitando uma única definição por gênero, Nu Metal, Pop Rock, Hardcore, Punk, Heavy Metal,Rap, Reaggae...Tudo está lá, mas nunca deslocado, sempre no bizarro e divertido estilo Tihuana de ser.

De 1999 para cá foram cinco discos de estúdio, uma coletânea, um ao vivo e diversos Bootlegs não oficiais, sendo o melhor, em termos de qualidade sonora, o Ceará Music 2005. Durante a trajetória a banda acabou tendo recebido, justamente, diga-se de passagem, a fama de “A melhor banda ao vivo do Brasil” ou simplesmente “Caralho...Ao vivo os caras destroem” , tanto dos fãs quanto dos admiradores, para o Tihuana ganhar o respeito de alguém, é só levá-lo a um show dos caras...Ai meu amigo, é como diz a musica: “Te peguei!”.

Mas e quanto o Tihuana em estúdio? As musicas funcionam apenas ao vivo mesmo?

A resposta é...Não!

O Tihuana soa muito bem em estúdio, sempre coerente, entrosado e a todo o vapor criativo, suas letras falam de amor, da galera da rua e suas tretas, das drogas (mas sempre de forma bem humorada), de humor, sobre como superar obstáculos e muitas bobagens...E quer saber? E que boas bobagens...Enquanto uns críticos cool’s (cú?) adoram ouvir as besteiras que Madonna diz em suas letras e em seguida meter o pau em Pula!, por exemplo, mostra que poucos críticos no Brasil realmente entendem de musica...Não é atoa que historicamente sempre meteram o pau em bandas como Paralamas do sucesso, Engenheiros do Hawaii, Capital Inicial, Legião Urbana, Barão Vermelho e... vejam só: são ou foram as bandas mais sólidas do rock tupiniquim.

Vejam que incoerência, não fazem sucesso entre os críticos (Na verdade farão, mas daqui a cinqüenta anos, mas já não adianta mais), mas o público delira, na verdade, fazer sucesso é até fácil, mas manter-se na ativa, tocando rock e com qualidade...É muito outra coisa num país de terceiro mundo.

Já que nenhum jornalista ou critico que seja, fez um panorama sobre a carreira do Tihuana, lá vai eu, cineasta graduado e de profissão, fazer...Mas acho que tenho alguma propriedade, já que acompanho a banda desde seus primórdios e conheço muito, mas muito bem a banda, a ponto de ter ido a diversos shows.


1999-Ilegal

Quando os Ex-Ostheobaldos: PG, Roman, Baía e Léo, decidiram vir a São Paulo para tentar viver de musica, viram o grupo acabar...E agora? Graças ao bom deus, numa feira de surf conheceram Egypcio, vocalista malucão, misto de Fred Durst e Rodolfo Abrantes, mas com um diferencial: Realmente tinha dons vocais.

Logo se formava o Tihuana que em seguida deu inicio aos trabalhos de Ilegal, primeiro disco de estúdio da banda, que vendeu 150 mil cópias e os colocou no Mapa do Rock Nacional. Nu Metal, Punk, Heavy, Reaggae e sons andinos, fizeram da banda, algo um tanto quanto diferente e incomum no cenário musical...Ainda bem...

O disco já abria com a frase “Na praia nudista... En la Playa...E ta tudo liberado”, a musica Praia Nudista logo tornou-se obrigatória nos shows, divertida ao extremo, uma gozação só...O Trabalho de percussão aqui é divino e todo o instrumental está coeso, a cozinha começa a se preparar para detonar em...

... Pula! Mal deu tempo de digerir o Reggae e temos esse clássico petardo, “Pé na porta é a policia” brava Egypcio, “Eu já falei que ta na mente” diz a provocante voz teatral de Baía, até o clímax “Eu tou chapado, Eu tou chapadão... Tira o pé do chão...Então Pula, Pula filha da Pula!”, uma besteira? Talvez sim, mas que diverte e com qualidade, ah, isso sim.

Taca Fogo é outro reggae, quebrando um pouco o clima das anteriores, é uma letra de amor cabeça, no clima para viajar mesmo, embora não se destaque, é boa de se ouvir e mostra a versatilidade de todos da banda, do instrumental ao vocal.

Que vez?, Sabe aquela musica deliciosa para se ouvir a caminho da praia? Na Praia ou simplesmente para lembrar daquele maravilhoso momento na praia? Porra, essa é a musica, um reggae ou o raio que o parta...Com uma letra interessantíssima, sons andinos, ela é até certo ponto reflexiva, mas com aquele ar de entretenimento puro...Soa autêntica...Mas não cita praia nenhuma vez durante toda a musica, vai saber né?

Te gusta Tihuana é engraçadinha e querida por muitos fãs, é aquela musica nos leva para outro lugar, “Vamos pra tihuana ficar sossegado... Ser feliz viajar, com você do meu lado...”, nada mais simboliza o sentido de ir se divertir em um show com os caras do que essa musica!

A intro é só um relaxamento até... Tropa de Elite musica que foi usada no filme para simbolizar o BOPE, mas na verdade tratava de mostrar como a banda vinha para ficar, eles eram a Tropa de Elite, “Tropa de Elite osso duro de roer, pega um, pega geral e também vai pegar você...”, impossível não delirar!

Clandestino, cover acertada do sempre improvável Manu Chao (Ex-Manu Negra, banda que o Titãs sonhava ser), se existe uma banda que tinha a qualidade para fazer um som do Mano Chao e que soasse verdadeira, essa banda era o Tihuana...E acho que nem eles sabiam disso.

Summertime musica fraquinha e que funcionava muitas vezes nos shows, mas fica um mais do mesmo no disco e é realmente fraca, não ruim, mas fora do padrão do disco.

É guaraná!, que banda teve a coragem de juntar ao peso do Rock a diversão dos Funks cariocas? A ponto de citar pela primeira vez a nível nacional a palavra “popozão”, a letra é de um bom humor só...E uma porrada que funciona em casa, nos shows, em qualquer lugar...Por isso eu pego no pé de Summertime, que á aquela lado B, sempre a ser esquecida... É guaraná! Só não é a melhor do disco, porque temos “Pula!”, “Praia Nudista” e “Tropa de Elite”.

Eu vi Gnomos, enquanto o Planet Hemp era preso por falar de drogas, o Tihuana vai mais além e com muito bom humor retrata uma viagem à cabeça de um alucinado por...Cogumelos, não conheço um que não se divirta com essa musica.

Parecer do Disco: Nota 8,5 de 10 (Grande estréia, mostrava ao que veio e buscava identidade, mas, Summertime? Daria para usar em outro disco)

2001- A Vida nos Ensina

E ensina mesmo, o Tihuana depois de pegar a estrada e sentir os fãs, faz um álbum bem interessante e mais homogêneo, aqui já estão começando a fincar-se as bases do estilo da banda...Abre com o delicioso reggae Por que será?, sons andinos, pegada bem cadenciada, uma letra gostosa de ouvir. Ótimo som...Um dos melhores de toda a extensa carreira da banda.

Desaparecidos, um reggae na acepção do termo, bem tocado, letra certinha e é um musicão, mesmo para quem não curte o gênero.

E os petardos, pauleiras e desgraceiras? Está ai Jamaica No Problem, “Quem colhe o que planta sabe o seu valor” manda Egypcio com uma segurança incrível no vocal, o inusitado Baía responde “O Bob foi me professor”, mais direto que isso, só dois disso.

Uma noite é a balada das baladas do Tihuana, é muita bem tocada, escrita e tem um clima meio deprê, que simboliza muito o que ela quer dizer, “sua ausência eu já me acostumei...Vou me Libertar...Pra poder viver...Uma noite pra nos dois, deixa o resto pra depois”, o amor é isso, incoerente, intenso e algumas vezes destrutivo, a musica representa bem o fim de uma relação difícil.

A reza é aquela pegada Reggae com sons andinos, trata da fé e reflexão de forma sólida e tem um refrão ótimo, vamos para a próxima.

Calcanhar, sim, faltou um pouco de humor para os rapazes nesse disco, e isso se refletiu na capa meio sombria até...Reggae triste, mas bem feito e bem colocado, o refrão é um achado: “A vida nos ensina, que se sobrar um vai faltar um pra alguém...”, ahhhhhhh....Meus políticos desse Brasil varonil...


Intro (2) que vem nos preparar para a diversão petardo do disco, bem...Temos Jamaica No Problem, mas eu quero ver é o Tihuana estourar meus tímpanos, aumente o som e lá vem Campo Minado, “Mas se a vontade cresce, o sangue já subiu... Então eu vou falar, silêncio no canil... Eu sou cachorro Louco... Cachorro louco vai pegar...”.

“Não vou me entregar” é aquela musica gostosa do disco, mais um reggae, mas ao contrário de Summertime, ela está muito bem colocada no disco e tem um forte refrão: “Eu não vou me entregar... Tou aqui pra lutar”, calando os críticos...

Kolô, mais uma paulada, aquela de deixar o som alto e vale a pena ressaltar algo curioso, com, por exemplo: “água mole e pedra dura” que está na letra da musica, o Tihuana sempre faz uso de ditos populares de forma inteligente... “A cobra vai fumar” e “O Bicho vai pegar” também estão na musica, boa por sinal.

Estrelas letra pop rock clássico, anos 80 e é assim que a música é conduzida, mas é bem moderna...Mas a mais morna do disco.

VCL para findar o disco, mostra o domínio da banda com os sons andinos...

Parecer do Disco: Nota 8,5 de 10 (Manteve o padrão e amadureceu de forma segura, a partir dessa turnê, começou uma série de shows antológicos que rende a fama a banda de ótima ao vivo)

2003-Aqui ou em qualquer Lugar

O melhor disco do Tihuana, mais rock and roll, ótimas letras, vemos que a banda está mais madura e segura, será daqui a alguns anos, considerado um dos melhores álbuns da década por alguns pseudos-cult’s.

Bote Fé é uma letra de auto-ajuda por assim dizer,e mostra que o objetivo e a persistência realiza qualquer coisa, quando se tem um objetivo, “Nada do que possa acontecer, será mais forte do que há entre nós”, e explicita em: “Quem sabe o quer nunca fica pra trás, bote fé, bote fé se você for capaz”, a história nos mostra isso e o Tihuana faz uma força de lembrar...Musica muito, muito boa...

Fecho os Olhos , que pop rock competente...Uma belíssima letra, e um romantismo nada piegas, os arranjos estão belíssimos, e que refrão: “Depois de tanto tempo, posso te dizer, demorei pra acreditar, mas agora posso ver... Aquele sentimento ainda era você”, isso sim é uma letra romântica bem feita.

Depois de Fecho os Olhos já estava me acostumando ao clima lento, cadenciado, isso de uma musica que veio depois do belíssimo petardo que é Bote Fé. Mas eu queria aquela musica que simbolizasse o entretenimento de qualidade proposto pelo Tihuana, Raimundos...

Vai vendo é aquela musica a ser ouvida no ultimo volume do som, nos shows e delirar (como fiz algumas vezes), “Sigo minha onda então...Rema, rema bate o pé...Levantou ficou de pé, ta pensando que é o quê? Quem você pensa que você é?”. A Guitarra e Batera estão simplesmente fodidas nessa musica, temos as costumeiras citações a ditados, e Egypcio leva seu vocal a enésima potencia...Intensa, vibrante e bem humorada.

Difícil Decidir analisa de forma sóbria sobre o governo Bush e os governos em geral, é uma ótima musica, rock and roll baby...E contestador, sem ser pretensioso.

Faz você pensar, pop rock romântico com viés pesado, que deveria servir de exemplo a outros grupos que tentam seguir essa linha, romântica não piegas e bem tocada, sem perder um relativo peso.

E o reggae? Quem ta acostumado com o Tihuana sabe dos reggaes dos caras, mas como esse é um disco mais rock and roll, vemos menos, mas temos a qualidade de Daquele Jeito, tem tudo, pegada reggae, sons andinos, refrão grudento...Feliz?

A roda outro petardo Tihuana da vida, citações a ditados populares, e mostra o clima de uma roda em um show de rock e faz analogia com a vida, parece besteira...Mas funciona bem, principalmente nos shows...Alias, essa é uma música feita para shows.

Tentaram é outro reggae bem executado no disco, mas de forma burocrática, mas não é uma musica deslocada não, cabe bem aqui.

Petardos? Tome Ta na mão, peso e velocidade na medida certa faz dessa musica algo vibrante e intensa, ao vivo então...

A cover do “Garotos Podres”, Papai Noel está animal, Egypcio manda ver no vocal e a banda toca numa velocidade desesperadora, não é atoa que a intro da próxima música chama-se Desesperado...

Depois da divertida vinheta, onde vemos erros de gravação nos ensaios de Vai vendo, a próxima musica é sem dúvidas a melhor música do Tihuana durante sua brilhante carreira...

Aqui ou em qualquer lugar é cadenciada, tem peso, viradas, uma letra linda e um refrão arrasador que vale a pena ser citado na integra: “Na verdade temos pouco tempo para escolher, um caminho melhor para a gente, vou em frente, a beira da verdade, longe do meu presente...Tão ausente, sinto que entre nós, tudo ficou diferente...”, se existe uma música que simboliza o amadurecimento do Tihuana, é essa.


Parecer do Disco: 10 de 10 (Clássico na acepção do termo, disco obrigatório para fãs e não fãs)


Bem ai está a primeira parte, daqui uns dias abordo os discos: Tihuana, Um dia de cada vez e o Cd e DVD Tropa de Elite (ao vivo).

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Na Natureza Selvagem.

Sean Pean dirige Emili Hirsch, camera no lugar certo.

Demorei pra postar algo no blog, gostaria de que fosse qualquer coisa que estivesse acima da média, algo que valesse a pena ser visto, lido ou ouvido (ou tudo isso junto, rsrsrsrsrs...), mas eis que minha maior surpresa foi um filme dirigido pelo ótimo ator Sean Pean, que até então tinha uma carreira como diretor um tanto quanto medíocre. O mesmo ao ler em 1996 “Na Natureza Selvagem” de Jon Krakauer se sentiu fascinado a ponto de se dedicar a conseguir filmar o livro, o texto de Krakauer é a biografia de Christopher Johnson McCandles, jovem que ao sair do colégio e prestes a entrar numa universidade, decide viver como um naturalista, viajando sem rumo, em busca do total desapego material e tentando fugir do sistema hipócrita proposto pela sociedade, tinha muito de Jack Kerouac ali, mas a trajetória de Chris é muito fascinante, justamente por ser real e o filme procurar manter-se fiel a tudo.

O filme é tecnicamente muito bem feito, é um cinema moderno, mas com uma aura do bom e velho cinemão, existe um cuidado todo especial com a paisagem, já que a mesma faz parte da historia como um personagem cúmplice, na tela o cenário toma vida pelo ótimo trabalho de fotografia desenvolvido por Eric Gautier, já experiente em fotografar belas paisagens em road movies, como fez em “Diários de Motocicleta” de Walter Salles. Sean Pean tem em suas mãos atores que estão em total sincronia com os personagens e a todo minuto vemos a dedicação de todos com o projeto, Emili Hirsch como o protagonista Chris, cria um personagem complexo e passível de analises mais amplas.

A câmera de Pean não poderia ser mais providencial e é outro ponto forte da trama (assim como os atores), ela simplesmente surge, invade a vida daquele personagem em diversos âmbitos, é imparcial quando capta momentos de pura tensão da família, quando decide mostrar a paisagem, e até mesmo acompanha de perto o protagonista, a cena em que Chris simplesmente interage com ela, é de uma beleza incrível. A trajetória é narrada por capítulos, com uma edição primorosa, a musica de Eddie Veder (Pearl Jam), feita exclusivamente para o filme, é perfeita em todos os momentos e os personagens que surgem em sua busca, são de uma magnitude espetacular, e tão reais, mas tão reais, que dá vontade de tentar conhecê-los.

A relação personagem - família, tem tudo para ser a mais real da historia do cinema, a maioria das famílias no mundo todo são daquele jeito, é o retrato dos pais que vieram dos anos 60 e 70, a visão do personagem pode ser radical, mas sua família, com seus erros e acertos e toda aquele típica hipocrisia, é uma justificativa plausível. A cena do personagem Ron e sua relação com Chris mostra o talento e qualidade dos atores, diretor de fotografia, e diretor, sintetiza magnificamente o filme, e na minha singela opinião, é um dos pontos altos do filme, devido sua simplicidade e convicção, o que poderia ser piegas, torna-se genial.

O filme é imperdível, bom demais para ser ignorado, mas não é uma diversão leve, sua contundência e imparcialidade causam angustia, mal estar e emoção, mas acredite, você sairá outra pessoa depois da projeção, já é a melhor coisa que vi no ano de 2008 e dificilmente algo irá superar.

Nota: 10 de 10.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Mandando Bala

Poster do filme


Um filme de ação que lembra muito o Motorhead, rápido, desbocado, bem tocado e extremamente divertido, e não é que tem até o clássico da banda citada acima Ace of Spades na trilha sonora do filme? Isso é Mandando Bala (Shut’em Up), filme escrito e dirigido por Michael Daves, um diretor que se mostra muito hábil quando o assunto é entretenimento, é só dar uma olhadinha no meu post sobre o outro filme do cara, Monster Man, eu já sacava o cidadão há tempos.

Clive Owen é Smith.

Bem, a historia é muito simples: Smith (Clive Owen) está esperando um ônibus quando passa a sua frente uma mulher grávida, logo atrás vem uns grandalhões armados até os dentes para matar a coitada, ai é que Smith entra em ação, salva o bebe mas não a mãe, agora perseguido pelo nervosíssimo Hertz (O sempre bom, Paul Giamatti) que vive conversando com a estressádissima esposa pelo celular e sua trupe, e com a deliciosa prostituta Donna (Mônica Bellucci) lhe ajudando a cuidar da criança, ele gastará inúmeras balas para tentar manter vivo o bebe e a deliciosa prostituta.

A deliciosa Monica Bellucci é a prostituta Donna

O filme é uma homenagem ao cinema de ação chinês, então o que vemos é uma sucessão de tiroteios bem coreografadas, o prazer de Clive Owen e dos outros atores, como Mônica Bellucci e Paul Giamatti mostram que foi um barato as filmagens. Temos excelentes cenas, como o sexo entre Smith e Donna enquanto estão em meio a um tiroteio, Smith cortando o cordão umbilical na bala, o colete aprova de balas no bebe e todas as cenas de ação sem contar que o humor é muito bem colocado aqui.

Paul Giamatti é o vilão Heartz

Os diálogos estão ótimos, caricatos e verborrágicos propositalmente, ouvimos pérolas como “Sabe qual a diferença de uma arma e uma mulher? É que na arma podemos colocar silenciador”, “Por que não vamos a Policia?” e ouvimos essa: “É que eu sou o unabomber!”, e por ai vai...

Mandando Bala é isso, rápido, direto e muito, muito divertido, que venham mais continuações...

Nota: 7 de 10

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Freddy Vs Jason Vs Ash Nº 1.

Freddy vs Jason vs Ash nº 1

Quando recebi em minhas mãos essa pérola em quadrinhos, fiz questão de ler ávido, já que os três personagens importantíssimos no universo do cinema de horror, fizeram minha infância, foi com uma espécie de saudosismo que me pus a ler a primeira edição, e o legal é que ela começa super bem, bem no clima das cine séries A Hora do Pesadelo, Sexta Feira 13 e Evil Dead – Uma noite Alucinante.

Após os eventos em Freddy vs Jason, Crystal Lake foi renomeada Forest Green, para tentar apagar as tragédias ali acontecida, dois sobreviventes voltam lá para confirmar se Jason e Freddy estão realmente mortos, mas logo trombam com Jason Vorhees que faz o que sabe melhor: matar e com estilo, os desenhos de Thomas Mason dão uma dinâmica espetacular para os assassinatos.

No processo de renovação de Crystal Lake, abriram até uma loja S-MART (Que nosso querido Ash trabalha em Army of Darkness, hehehe), e para tanto, é chamado um funcionário exemplar para acompanhar esses novos e incompetentes funcionários (quase todos adolescentes que só pensam em sexo), esse funcionário lógico, será Ash, no meio disso tudo, para voltar a vida Freddy começa a manipular (através de pesadelos) Jason para achar o necromicon, que pode trazê-lo de volta a vida.

Basicamente é isso, essa primeira edição é competente em mostrar as bases da historia que se desenrolará, e usa muito bem a mística e conceitos dos três universos, o roteirista Jason Craig parece estar habituado a esse universo, e escreve um roteiro com ritmo, e mostra que o bicho vai pegar nas próximas edições, e eu como fã agradeço!

Nota : 7 de 10

Pincelada em séries de TV.

Que tal uma boa pincelada nas séries de Tv que tive a oportunidade de dar uma olhadela por esses dias? Bem, vamos nessa, pois temos Lost, Jericho e Burn Notice!

Lost 4º Temporada, Episodio 1: The Beginning of the End.

Uma boa forma de se começar a continuação de algum filme é abusar de um ritmo frenético, tensão e ação desenfreada, para prender a atenção do espectador e não lhe dar tempo de refletir muito acerca de tudo aquilo, principalmente da qualidade do mesmo e apenas se divertir, algumas obras aproveitaram-se bem disso e transformaram-se em ótimas seqüências, vide 007 Viva e deixe morre (primeiro filme com Roger Moore), Exterminador do Futuro 2 e mais um monte, esse exemplo é usado aqui para ilustrar bem como foi o excelente primeiro episodio da quarta temporada de Lost, The Beginning of the End...

Não vou colocar aqui spoilers sobre o episodio, mas vou adiantar que se trata basicamente de Hurley personagem central dos flashforwards, e a continuação direta do episodio que findou a terceira, e mais fraca temporada da série. O episodio começa com perseguição de carro, abusa da tensão, vemos a morte de Charlie ser novamente explorada, e muita, muita informação jogada freneticamente em meio a perseguições, eventos sobrenaturais, porradas, corre corre na selva, enfim é um ótimo episodio com a cara de Lost, e tudo em apenas quarenta e poucos minutos...

Nota: 9,5 de 10


Jericho - Piloto.

Jake Green é o filho do prefeito da cidade de Jericho, ficou fora por cinco anos, ninguém sabe por onde andou e muito menos ele demonstra vontade alguma de falar sobre, quando questionado suas respostas são evasivas, irônicas e bem humoradas, ele volta para a cidade para tentar conseguir um dinheiro deixado para ele pelo seu falecido avô e que seu pai insiste em dificultar as coisas, ele quer apenas começar do zero. Mas nesse mesmo dia, os Eua sofrem um ataque atômico, e somente Jericho não sofreu com os ataques ainda, agora preso a cidade, ele faz de tudo para ajudar e mostra habilidades como, por exemplo: fazer uma traqueotomia, junta-se a população tentando simplesmente sobreviver em meio ao iminente caos.

O que mais me chamou a atenção nessa série, é a construção e dimensão dada a muitos personagens, embora sua narrativa seja muito linear, coisa rara em época de Lost e Heroes, tudo flui muito bem, quando o caos se instala e vemos o horror psicológico que domina a população, é hora do prefeito mostrar pulso firme assim como a primeira dama, e além de ter essas barras, tem que agüentar ainda um aproveitador e egoísta adversário político, enquanto tenta assimilar a volta do filho.

Skeet Ulrich (Pânico) tenta um recomeço na Tv, e já se mostra um herói carismático, encarnando o complexo Jack Green, o criador da série Jon Turteltaub é o produtor e diretor de A Lenda do Tesouro Perdido e dirigiu a seqüência do mesmo, assumiu a direção do episodio Piloto e manteve a tensão do começo ao fim. Esse primeiro episodio foi emocionante, tem um bom ritmo, bons personagens, e quero ver mais para ter uma impressão mais ampla da coisa.

Nota: 10

Burn Notice – Piloto.

Adoro o tema espionagem, sempre rendem boas coisas como o filme Confissões de uma Mente Perigosa, dirigido por George Clooney e que deu uma nova visão ao tema, aproveitando de todas as influências possíveis, que vão desde o filme citado acima, passando pelos de 007 e um pouco de McGyver, eis que temos a interessante Burn Notice (Que até certo ponto, lembra Dexter).

A trama é basicamente essa: Michael Wensten é um agente secreto jovem e bonitão, mas é despedido no meio de uma missão, é espancado, mas consegue fugir e vai parar em Miami, lá tenta se estruturar para investigar o que está acontecendo, para tanto conta com a ajuda de algumas ex-namoradas e de Sam Axe, interpretado por Bruce Campbell, agente secreto aposentado, bebum, aproveitador, maniqueísta, mas muito carismático.

O primeiro episodio apresenta as personagens, e uma pequena trama sobre um golpe envolvendo roubo de quadros, essa trama achei bem previsível e conduzida apenas para preencher o piloto, mas acredito que a série deva melhorar e muito nos próximos capítulos, já que tem uma segunda temporada garantida e engatilhada.

Nota: 8,5

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Um mar de clichês...Mas tá valendo!


Quando lá por idos de 2003 o diretor Chris Kentis, escreveu e dirigiu por meros 500 mil doletas o longa Mar Aberto (Open Water), a sinopse simplória me chamou a atenção e principalmente o fato de o filme ter sido totalmente concebido por filmadoras digitais me instigou a vê-lo, e diabos! O filme era bom pacas, o clima tenso e angustiante me fez ficar grudado na poltrona durante uma hora e vinte minutos, nascia ali um filme que na minha opinião tornaria-se um cult movie com o tempo, acho que não estava tão errado.

Portanto quando fiquei sabendo que um tal de Hans Horn foi o responsável por uma suposta seqüência, digo suposta, pois me parece que o filme era uma historia autônoma, mas que os distribuidores estadunidenses decidiram por transformá-lo em uma espécie de seqüência, esperava pelo pior, portanto fui assistir a Pânico em Alto Mar (Open Water 2: Adrift) com uma baixa expectativa.

E não é que quebrei a cara? Se o filme não é uma obra prima e nem um possível cult como o primeiro (!?), ele se sai uma ótima e desesperadora diversão, para se ver numa tarde chuvosa, comendo uma pipoquinha, tomando uma cerveja e depois do fim partir para outra.

A historia é em seu conceito básico, uma releitura do outro filme, simplória, mas funcional e lógico, com muito mais vitimas potenciais, já que no primeiro tínhamos apenas um casal que era esquecido em alto mar. A trama é essa: ex-amigos de faculdade reúnem-se em um iate para se divertir, mas quando um engraçadinho pula no mar com a ultima passageira (E todos já estavam em alto mar) e esquece de puxar a escada, o medo está instalado já que todos estão em mar aberto e um possível resgate com certeza ira demorar um bocado.

A partir daí é desespero atrás de desespero, um bebe, filho de uma das mulheres está sozinho no iate, eles não conseguem subir por nada e tentam de tudo, confrontos começam a surgir, pessoas em pânico, acidentes, enfim tudo que não era para acontecer acontece e isso num mar de clichês que envolve até traumas do passado. Os atores são amadores, mas seguram as pontas, e o desespero da mãe ajuda no clima tenso e angustiante.

Enfim, clichês, personagens profundos como um pires, roteiro bem simples e nada de trilha sonora, amarrados competentemente pelas mãos de Hans que tenta criar algumas belas cenas vez ou outra, e consegue manter muito bem o suspense, fazem do filme uma excelente e rápida diversão...

Nota: 6 de 10

sábado, 19 de janeiro de 2008

André Matos – Time to Be Free


André Matos tem um ego maior do que qualquer projeto que ele tenha se envolvido? A resposta é mais que fácil: sim!

É uma delicia odiar André Matos? Infelizmente a resposta é sim, mas a verdade é que é impossível passarmos incólumes por tudo que ele produziu durante sua longa e competente carreira, antes de qualquer coisa o senhor Matos é um cara de visão, ficou no Angra até perceber que seu ciclo na mesma chegara ao fim, assim como aconteceu no Shaaman (e possivelmente no Viper), e líder como poucos juntou uma moçada de qualidade (inclua-se os irmãos Mariutti nessa), e decidiu que era hora de seguir sozinho pelas belas e árduas estradas do Rock and Roll.

Vi seu primeiro show solo no Live n’ louder 2, sem muita vontade confesso, mas ver André arrebentando nos vocais em musicas do Shaaman, Angra, Viper foi fenomenal (teve uma das novas para testar) e o clímax com cover de Ozzy e Carry on foi para mostrar: “André Matos está na ativa baby, gostem de mim ou não vocês terão que me engolir!”.

Enquanto o Angra ruía e o Shaaman tentava dar uma de Jason voltando da morte, e quer saber? Nem sei em que pé está o Shaaman, mas quero mais informações sobre, para tanto prometo comprar o disco, mas voltando ao assunto principal...

Nesse ínterim em que essas grandes bandas de Heavy Metal (melódico) brasileiras tentavam a todo o custo buscar uma estrutura, André vinham dando forma ao seu trabalho solo Time To Be Free, letras que falavam de recomeço e tal, uma sonoridade mais direta, buscar uma contemporaneidade (que seu jovem amigo Tobias Sammet já encontrou tanto com o Edguy, quanto com o Avantasia 3), esperar foi duro, mas toda essa espera foi até certo ponto recompensada, e como...

Time To Be Free é excelente e nos mostra que André não está morto não, pelo contrario, está bem vivo e fazendo um heavy de qualidade e sem as amarras de gênero que está fodendo aos poucos as bandas que citei acima. A intenção do dito cujo é fazer um álbum cabeça, de qualidade, e que seja heavy seco, mas mantendo as características de todos os seus outros trabalhos.

E não é para menos que após a intro Menuett, Letting Go já surja como clássico e possivelmente destruirá nos shows, refrão maravilhosamente bem construído, belas linhas de guitarras, uma bateria monstruosa do prodígio Eloy Casagrande de apenas 16 anos e um baixo como sempre competente, no meio de todo esse colosso ainda temos o recheio: a voz destruidora, arrasadora, que veio sendo lapidada por muitos anos pelo excelente vocalista que é André Matos.

A seguinte Rio é comedida, mas daí para frente surgem diversos clássicos instantâneos: Looking Back, Face the end, Time to be Free, e até uma cover de Separate Ways do Journey, e muitas outras musicas interessantíssimas, a verdade é que André é um cara talentoso, exigente consigo mesmo, e não se cansa de cravar o seu nome na historia do rock nacional e mundial, é um disco que nos faz esquecer as ultimas bobagens do Angra e aquela coisa freak chamada Almah de um tal de...hummm...Não me lembro direito o nome...Ahhhhhhhhhh...André Falaschi, Não? Hummm, deixa eu ver...Edu? Pode ser?


Nota: 9,5 de 10 (Pelo deslize com a "basicona" Rio).

domingo, 13 de janeiro de 2008

Yeah, Stone Cold Steve Austin dando porradas!

Estava com uma gigantesca necessidade de ver um filme de ação descerebrado, domingão, estômago cheio, enfim, não era o momento adequado para se ver um filme cabeça e que seja mais que entretenimento, alias, ninguém é de ferro, com um pouquinho de forças pós almoço que me sobraram, fui até a vídeo locadora e não titubeei, peguei logo “Os Condenados” (Condemned, The, 2007),e vamos nessa.

De inicio me deparo com uma historia absurda, inverossímil, mas essa é a idéia, diversão descerebrada, a historia gira em torno de um poderoso magnata da comunicação que cria um reality show pay per view através da Internet, sua meta é bater o super bowl, as regras são drásticas: prisioneiros pertos do corredor da morte terão que se enfrentar em uma ilha, e o ultimo sobrevivente ganhará uma bolada em dinheiro e a liberdade (Alguém viu o clássico asiático Batalha Real?).

No meio de psicopatas, mexicanos, e diversos tipos estranhos, está o americano Jack Conrad, nada mais nada menos que o às da luta livre americana: Stone Cold Steve Austin, alias, o filme é produzido também pela WWE Filmes (divisão da empresa de luta livre dedicada a filmes), mesmo sendo um ator limitado, o seu carisma e histórico na luta livre fazem identificarmos com ele logo de cara, e mesmo quem não acompanha a luta livre, o clichê herói injustiçado é infalível.

O diretor Scot Wiper faz o arroz com feijão, e tenta com a câmera na mão dar um pouquinho mais de veracidade as cenas, os poucos efeitos especiais são convincentes e temos violência e lutas a rodo, o roteiro assinado a três mãos por Rob Hedden , Scott Wiper, Andy Hedden é uma coleção de clichês e até certo ponto patriota e moralista ao extremo, temos ainda Vinnie Jones como o vilão estilizado(Curiosidade: o papel do vilão era para ser de Austin, e Vinnie o herói, mas com a entrada da WWE na produção inverteram-se os papeis, decisão mais que acertada!).

Mas como destina-se a ser uma mera diversão, não custa nada rever o senhor carisma Steve Austin distribuindo sopapos por ai, fazendo sentirmos falta do seus tempos de luta livre!

NOTA: 5 de 10

Voltando ao Blog...e de Ressaca!

Que ressaca de fim de ano! Festas, bebedeiras, comida a vontade, kilinhos a mais, rever parentes que não víamos há muitos anos, passar um bom tempo com os colegas e amigos, namorada, enfim, diversão total, e em meio a tudo isso, não é que eu fiz uma forcinha e assisti e li algumas coisas.

Li a peça Sonhos de uma Noite de Verão de Willian Sheakespeare, alias, venho lendo a obra dele aos poucos e tenho ficado cada vez mais apaixonado por ela. Aqui ele discute relacionamentos em diversos estágios, de forma cômica e fantástica, sem perder sua clássica elegância, temos fadas, bosques, reis, amores impossíveis e por ai vai, leitura mais que obrigatória!

Outra coisa que até que enfim comecei a ler, foi On The Road, clássico do movimento beat escrito por Jack Kerouac, havera lido anos atrás Vagabundos Iluminados, e até achei interessante, mas esse ganhou meu coração. Conta a historia de um escritor que decide viajar os EUA, sem muita grana, e encontrando-se com diversos amigos no caminho, fazendo assim uma trip interior, mostrando um estilo de vida, hoje utópico, lindo...

Durante alguns anos sempre quis assistir a adaptação para o cinema de Abaixo de Zero, livro de Bret Easton Ellis, vulgo meu escritor predileto, o filme tornou-se tudo que o livro não era: moralista e critico, deixou-se de lado a idéia de retratar uma juventude vazia e cheia de vícios, mas mesmo com tudo isso e amparado numa soberba interpretação de Robert Downey Jr., o filme é interessante...Pode parecer clichê, mas é inferior ao livro.

Faroestes, estou numa fase de redescoberta desse gênero esquecidos nesse últimos anos, para tanto vi o excelente 3:10 to Yuma, que ganhou recentemente uma refilmagem, é tenso, bem roteirizado e maravilhoso...O outro é o ultra clássico de John Ford e John Wayne, Rastros do Ódio, obra obrigatória para quem quer passar duas horas vendo um filmaço.

Ouvi muito Johnny Cash e me surpreendi de como isso é bom, todas as suas fases são obras que merecem ser ouvidas com maior carinho, principalmente o seu finzinho de carreira, que com produção de Rick Rubin reinterpretou alguns clássicos de diversos estilos como The Man Come’s Around, Personal Jesus e a ótima Hurt do Nine Inch Nails!

Ouvi também o primeiro e excelente álbum da banda francesa Louise Attaque, um pop rock estranho e com violino, descrever é besteira, mas é muito, muito bom...Lembra até certo ponto os conterrâneos do Noir Desir, mas com uma personalidade própria é só ouvir: J’T’emmène au Vent, Ton invitation para se apaixonar.

Assisti a primeira temporada de Joey inteira com uma amigo, para quem não sabe Joey é um personagem derivado da série Friends, e quer saber? A primeira temporada é divertidíssima...Destaque para o personagem da Agente dele, Bobby, impossível não morrer de rir nas cenas em que ela aparece!

Galera, feliz 2008 e espero ter gás para sempre estar postando alguma coisa por aqui!

Grande abraço!