terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Rod Serling um gênio pouco lembrado!


Ainda quero escrever algo realmente relevante sobre a tele série Twilight Zone e seu criador Rod Serling, mas ainda não é o momento, Twilight Zone teve aqui em terra brasilis uma tradução/adaptação muito legal para o titulo, Além da Imaginação, não poderia estar mais dentro do espírito da coisa, e como a série e seu criador são influências constantes não só profissionalmente, mas na minha vida pessoal (já que a série sempre nos passa lições e reflexões verdadeiramente filosóficas acerca da vida e seus percalços) vai aqui um post “basiquinho”.

Rodman Edward Serling, ou simplesmente Rod Serling acabara de voltar da Guerra das Filipinas *, leitor de quase tudo, desde quadrinhos, pulp fictions, clássicos literários e por ai vai, se dedica a escrever roteiros, logo tem inicio uma carreira nos rádios e esporádicas colaborações com a TV e o Cinema, mas sua vida da uma verdadeira guinada quando cria a tele série Além da Imaginação, a partir daí ele vira celebridade nacional.

A tele série misturava todos os gêneros fantásticos, como ficção cientifica, horror, suspense sobrenatural, fantasia, tudo sempre metaforizando sobre coisas como a vida e seu sentido, sentimentos, política, ideal, utopia, religião, Serling escrevia com facilidade sobre diversos temas universais, sem abrir mão de oferecer um entretenimento escapista de primeira.

Começou a produzir a série em 1959, escreveu grande parte dos textos e supervisionava tudo com punhos firmes, tanto que a série conseguiu manter a qualidade por nada mais nada menos que cinco temporadas, sendo que teríamos mais três temporadas que começariam em 1985 e findariam em 1989, além de um retorno em 2002, mas ambas as versões mantém muito pouco do charme e qualidade da original.

Além de revelar gente de renome como Robert Redford, e ter entre os parceiros, escritores de peso como o sempre genial Ray Bradbury, os textos perfeitos de Serling, quase sempre exibiam uma complexidade que passeava entre o inocente e o cruel, em pouco mais de vinte minutos a série conseguia criar personagens profundos e eloqüentes, seus finais pessimistas quase sempre nos deixavam atemorizados, e sua visão do futuro era como os finais de algumas de suas historias, sempre "down".

Mas Twilight Zone nunca foi um programa depressivo, pelo contrario, alguns episódios são super para cima, quase auto-ajuda, e ele conseguia filosofar tranqüilamente sobre a vida em cada episodio, era um trabalho, até certo ponto egoísta, a série agradava primeiramente ele e depois o espectador, ele não tinha a preocupação de fazer algo que agradece primeiramente o espectador, está ai o porque da sinceridade de sua obra e longevidade da mesma.

Outro detalhe importante é que, ele sempre estivera amparado de bons diretores, cito aqui John Brahm, no episódio Time Enough at Last, o qual narra a trajetória de um leitor ávido, que não tinha tempo de ler e que após uma catástrofe em que toda a vida na terra desaparece ele torna-se o único sobrevivente (salvo milagrosamente pelos livros), agora terá todo o tempo do mundo para ler, é um sonho não? Bem, o texto de Serling, que adapta um conto de Lynn Venable, reserva muitas surpresas.

John Brahm consegue mostrar com imagens o mundo destruído de forma poéticamente catastrofica, mesmo com poucos recursos, temos a ideia que tudo foi destruído mesmo, uma questão de enquadramentos e visão de diretor, tendo assim um ótimo resultado visual, é muito impactante.

O personagem necessita dos óculos, e esses tem suma importância na historia, o objeto é um personagem autônomo, e tratado como tal, com belíssimos enquadramentos de todo o ambiente (como já dito antes), o clima de humor do inicio, vai se tornando sufocante no decorrer, vale citar a cena na biblioteca que é simplesmente linda e ao mesmo tempo aterradora, temos ainda uma outra a qual a câmera simplesmente dá vida aos óculos colocando-os em movimento, acho difícil um diretor ter esse cuidado hoje em dia, principalmente se tratando de uma tele-série.

Enfim, a série original vale ser vista, para mostrar que Lost, Heroes e outras tantas, de original não tem nada!

* Agradeço desde já, um rapaz (Estava como anônimo) que visitou meu blog e corrigiu essa informação, que antes estava postada como segunda guerra mundial.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Futurama: Bender’s Big Score

Longa saiu direto em DVD!

Esse ano vi bons filmes, principalmente fora do esquemão Hollywood e já faz alguns meses sagrei Tropa de Elite o melhor do ano, na minha humilde opinião, calor do momento? Não sei, mas achava difícil aparecer algo melhor e que me desse tanto prazer em ver (mesmo sendo um filme, até certo ponto, fascista).

E eis que me assusto ao constatar que um longa americano, que nem foi lançado nos cinemas, iria me surpreender, e que certamente figuraria entre os melhores do ano, para não dizer, “O Melhor do Ano”, trata-se de Futurama: Bender’s Big Score, longa que marca o retorno dos personagens da clássica série animada do criador de Os Simpsons, Matt Groening.

Para quem não conhece, a série animada teve quatro temporadas, se não estou enganado, e narrava as aventuras de Fry, jovem entregador de pizza que foi congelado criogênicamente de forma acidental durante a virada do ano dois mil, acordando mil anos depois. Nesse futuro, trabalha na Planet Express do Professor Farnsworth, seu tatatatatatatatatatatata e por ai vai sobrinho, lá conhece o robô Bender (mais humano que qualquer outro personagem), Leela (uma alienígena de um olho só), Hermes, Professor Zoidberg e muitos outros, são os tipos mais estranhos jamais imaginados na ficção cientifica.

Todos os personagens são de uma complexidade e cinismo quase únicos, basta citar a curiosa personalidade de Bender, o robô alcoólatra, entre todos, é o que mais carrega as qualidades e defeitos dos seres humanos, enfim, explicar os outros tornaria esse texto deveras longo e chato.

Tudo que o longa metragem de Os Simpsons não foi, Futurama: Bender’s Big Score é, bem animado, roteiro excelente, o humor e cinismo característicos da tv não faltam em segundo algum, a animação se sai super bem em uma metragem mais longa, é como ver uma animação roteirizada pelo pessoal do Monty Python e Douglas Neal Adams, autor de o Guia do Mochileiro das Galáxias.

“A trama gira em torno do pessoal da Planet Express que voltam a ativa e vão fazer uma entrega em um planeta nudista (!?), lá são ludibriados por alguns aliens nudistas asquerosos, e cedem os dados, incluindo email, recebendo assim diversos Spams. Ai eles caem no golpe do Spam, e cedem a empresa acidentalmente (esse o Professor Farnsworth), logo os aliens descobrem uma forma de viajar no tempo através de uma tatuagem do Bender existente na bunda de Fry, coisa que o mesmo desconhecia. Agora com Bender sendo controlado pelos bichões, esse viaja para o passado e começa a roubar tudo e a todos para os novos mestres, criando assim um caos!”

Desnecessário falar que essa premissa é apenas pretexto para o humor genial da cria de Groening e dos roteiristas David X. Cohen e Ken Keeler, Bender, meu personagem predileto, está genial, tira sarro de o Exterminador do Futuro, e quando é questionado o por que dos óculos escuros, simplesmente responde: “É muito claro no passado!”, e emenda outras pérolas como: “Agora não é tão neutra, não é Suíça?”, alias, piadas referente a política não falta , tem tiração de sarro com a eleição de Bush e derrota de Al Gore (Essa culpa do Bender), o próprio Al Gore é avacalhado durante o longa.

Não perdoa nem mesmo eles próprios, ao ironizar os executivos e o cancelamento da série, nos cinco primeiros e geniais minutos, Simplesmente tratando a decisão como uma idiotice.

O Roteiro é muito bom, talvez a melhor coisa escrita por um americano esse ano, tudo fica amarradinho e o ritmo é delicioso de acompanhar, Futurama é uma série criativa, original e que faz muita falta na TV. Heroes? Lost? Que nada, quero mais é Futurama, esse sim não dá sinais de cansaço.