segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Diario Muita Luta 3.

Galera, saiu um esboço do possível logo do Documentário, será usado em algum material de divulgação e tal, a DC Arts não me autorizou a publicá-lo, mas achei que está ficando bem legal, e espero que todos gostem.

Além de em breve um HotSite, cheio de novidades.

Diário Muita Luta 2.


O Primeiro Teaser Poster.
Matéria Jornal Cidade de Rio Claro-SP:

Diário Muita Luta 1


Dia 06 de Fevereiro de 2009.

No dia que começaram os trabalhos do documentário, uma baixa, estávamos sem nosso diretor de fotografia, e a nossa produtora Ana Cristina Dacol não titubeou: “Você faz Cris...Não temos tempo e orçamento para pensarmos em outras opções!”. Nessa pegada já dava para ver a urgência, chegamos em São Paulo bem cedo, por volta das seis da manhã, depois de boas duas horas exatas de viagem, foi cansativo mas o café da manhã reforçado repôs as energias.

Pedi para a Ana, o Elton, nosso cinegrafista, dormirem, e meu irmão Alain também, já que gostaria que todos estivessem com força total para os trabalhos, que seriam pesados. Durante esse tempo livre que tive, nem sequer pensei em me desligar dos trabalhos, comecei a rascunhar o meu planejamento, já que sempre estivera acostumado com um roteiro pré elaborado, e no documentário não existe bem isso.

Duas coisas me deixaram um pouquinho chateado no dia, a primeira foi que eu esqueci o teaser pôster que estava belíssimo e me esforcei bastante para te-lo pronto até o dia da viagem, para entregar pelo menos um ao Bob Jr e a segunda coisa, foi que bateram no pobre carro, foi um arranhão ali, um amassado aqui, mas nada de grave, ainda bem, o pior: meu carro estava estacionado. Se fosse algo para me desanimar ou me tirar do foco, não deu certo, pois eu já estava imerso no projeto.


Ana (Produtora), Bob (BFW), Braghetto (Juiz de futebol), Cristen (Diretor).

O passo seguinte foi uma reunião que eu e minha produtora teríamos com o Bob Jr, lutador talentoso e que sou fã, além de filho do saudoso Bob Léo, te-lo como principal contato em São Paulo foi uma honra sem tamanho. A reunião seria no circo escola Tatuapé, penamos para achar, mas deu certo. Chegando lá, frente a um dos meus ídolos da Luta Livre nacional, procurei manter-me impassível e discutimos bastante.

A primeira coisa que percebi é que o Bob é um cara aberto a novas idéias e além de uma excelente pessoa e um lutador da mais alta técnica e elegância, entende muito, mas muito mesmo de Luta Livre. É um cara que joga aberto, sem rodeios e me deu total liberdade para fazer o filme do jeito que eu achasse mais adequado, a única exigência: “Tratar com respeito e responsabilidade a Luta Livre”.

Dia 07 de Fevereiro de 2009

Entrevista na AllTV.

Acordei cedo e tomei um café da manhã generoso, ficamos um bom tempo na noite anterior testando a filmadora, e conversando bastante como deveria ser o processo de captação, analisei as informações que o Bob havia me passado, e deixei muito para as surpresas que teria, e sei que seriam muitas.

Fomos eu, Ana e Elthon, o cinegrafista, para a AllTV, onde gravaríamos o programa BFW Combate, onde um dos temas seria o documentário, fomos extremamente bem recebidos, tanto pelos apresentadores Bob Jr., Marcos e Igor, quanto pelo pessoal da AllTV, que nos deixaram extremamente confortáveis. Lá, pude em pouco mais de uma hora de programa, expor algumas das minhas intenções com o documentário e tive um bom feedback dos fãs de wrestler que entraram em contato comigo.

Sem um minuto de folga, saímos dos estúdios da AllTV e fomos para a cidade de Aruja, onde teria um evento e iríamos começar os nossos trabalhos por lá. Desde o primeiro milésimo de segundo que chegamos e após configurarmos a cam, partimos com ânsia em busca de boas cenas e momentos...Conseguimos, mesmo com algumas dificuldades.



Talvez a maior dificuldade que teremos, será mesmo o áudio, já que as condições são de extremas dificuldades, tendo em vista que por ser um evento que atrai publico, o som (dos Dj’s) muitas vezes está alto demais, prejudicando cenas de backstage. No próximo evento, teremos um maior cuidado na composição de som, pois teremos um engenheiro de som e tentarei um acordo que possibilite a otimização do meu trabalho, sem prejudicar o próximo.

O Show rolou bem demais, mesmo com uma forte chuva que prejudicou a vinda do público, quem esteve no Ginásio Mario Covas não se decepcionou e vibrou muito. A primeira luta foi um come coesa, gerando um estilo às vezes divertido, por outra técnico e num mesmo instante impactante.


Essa luta foi entre a Caveira Kilinger e o Caipira Dom Afonso vs Sonic e O Vira Lata, um encontro de gerações, a legendária caveira Kilinger é hilária e mexe bem com o público, mas quando bate, bate firme e com consistência, o Caipira além de uma figura dócil, amável nos bastidores, é um ícone indiscutível da nossa Luta Livre, um caipira que aprendeu a malandragem de São Paulo e prefere ser um vilão abusado, ranzinza e muito, muito técnico, mesmo com muitos anos de luta, o cara dá o máximo de si e é um dos maiores showman’s do nosso querido esporte de entretenimento.

Sonic lembra e muito os mexicanos, é hábil nas cordas e ágil, tem uma empatia com a garotada e é um futuro interessante para a luta livre, já o Vira Lata é um cara que tem uma presença fenomenal, e bastante técnico, foi um ótimo começo, minha produtora executiva deixou de lado os pudores de seu cargo e vibrou pra caralho nessa luta.

A segunda luta é um episódio a parte, os meninos da FILL (Federação Internacional de Luta Livre) vieram do Rio para o programa e estão em uma batalha daquelas, ganharão a chance e não desperdiçaram, mandaram bem no ringue, embora eu sinta falta de uma certa brasilidade na coisa, mas eles estão na batalha e já mostraram para o que vieram.

A terceira luta era de um lutador que eu já admirava, Mario Boy, e após conhece-lo passei a admira-lo mais ainda, o cara é divertidaço, simpático e um excelente lutador, embora eu preferisse o Mario do bem, ele encarnou um bom vilão. Seu adversário kkkk, eu nunca tinha parado para prestar a devida atenção, mas luta demais, e tem uma química incrível com o Mario.

Golpes aéreos, Mario Boy mexendo com público, levantando a platéia e kkkkkk fazendo o que o público queria, batendo em Mario, que quando mostrava suas técnicas, algumas vezes sujas, provava ser um dos grandes lutadores do cenário nacional, sou fanzaço do Mario desde os campeões do Ringue da Record, e fiquei mais ainda.


Mario Boy em ação.

A próxima luta seria uma das que eu sabia que não iria me conter, de um lado o herói Bob Jr e de outro, e de outro...Cara, do outro lado estava o Nocautes Jack, um cara que da calafrios só de encara-lo e que é um ser humano profissional e um grande pai de família fora dos ringues, coisas que ouvi da boca de sua belíssima família.

Falando em família, a esposa do Bob é uma pessoa admirável e não é difícil de entender o porque de ele estar feliz ao lado dela, é uma mulher dedicada, que apóia o marido e trabalha...E como trabalha, para fazer a Luta Livre acontecer.

Renato Dias é o velho e bom gentleman, um grande narrador de luta livre, o maior que o Brasil já viu...Com todo o respeito, o Jarbas Duarte deveria passar por um intensivo ao lado do Renato, para saber como apresentar um programa de luta livre do jeito que o Brasileiro gosta.

A luta? Bem, Bob Jr pura técnica, dedicação e em forma enfrenta um cara, que a história dara os devidos créditos num futuro próximo, Nocaute Jack, um de meus lutadores prediletos, é um dos maiores vilões de todos os tempos da Luta Livre, vilões nacionais como Aquiles e Nocaute, tiveram poucos, e é bom vê-lo lutando.

Bem, não vou me estender, pois ai não teria a necessidade de vocês verem o filme, quando ele estiver pronto, mas garanto, foram um bocado de belíssimas imagens que me deram tanto orgulho, mas tanto orgulho que já não vejo a hora de voltar a batente.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Isso é sério mesmo?


Estamos sem “O Cavaleiro das Trevas” no Oscar 2009, mesmo com a indicação de Heath Ledger e seu fabuloso Coringa na categoria de ator coadjuvante, praticamente ganha, é injustificável como um filme do porte dessa nova incursão do cineasta Christopher Nolan no universo do homem morcego, tenha sido simplesmente ignorado...

Por ser um filme pipoca?

Bem, não acredito, pois a terceira parte do irritante “Senhor dos Anéis” foi vencedora, e é um exemplo de filme pipoca.

Mas o que não dá para entender é o que “O Leitor” está fazendo lá, tudo está muito surreal nessas indicações, ignoraram o trabalho do Darren Aronofski no excelente “The Wrestler”, mas indicaram “Mickey Rourkey” como melhor ator, uma compensação? Que critério absurdo...Revoltante!

A verdade é que já não tenho mais o mesmo saco para acompanhar a hipocrisia vinda do país dos “remakes”, e ando me concentrando em coisas cada vez mais distantes de lá, mas porra...Fico feliz pela grande chance de David Fincher e seu “O Curioso Caso de Benjamin Bunton”, pois o cara é um baita cineasta...Mas deixar o grande filme de 2008 de fora da disputa pelos prêmios principais, é no mínimo ridículo.

Ponto final!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tihuana - Estabilidade e muito Rock and Roll na veia, mas com reggae, rap...

PARTE 1



Os críticos malharam tudo o que puderam, a ponto de falarem que Tropa de Elite, hit já na época do disco Ilegal e que rendeu até vídeo-clip, ressuscitou a banda...Ledo engano, e verdadeira falta de respeito com uma das bandas mais coesas e seguras do chamado rock nacional de entretenimento. O Tihuana nunca foi uma banda do mainstream por assim dizer, até porque nunca participaram de modismo algum, sempre estiveram experimentando e fazendo diversos estilos de musica num mesmo disco, coisa que acabava impossibilitando uma única definição por gênero, Nu Metal, Pop Rock, Hardcore, Punk, Heavy Metal,Rap, Reaggae...Tudo está lá, mas nunca deslocado, sempre no bizarro e divertido estilo Tihuana de ser.

De 1999 para cá foram cinco discos de estúdio, uma coletânea, um ao vivo e diversos Bootlegs não oficiais, sendo o melhor, em termos de qualidade sonora, o Ceará Music 2005. Durante a trajetória a banda acabou tendo recebido, justamente, diga-se de passagem, a fama de “A melhor banda ao vivo do Brasil” ou simplesmente “Caralho...Ao vivo os caras destroem” , tanto dos fãs quanto dos admiradores, para o Tihuana ganhar o respeito de alguém, é só levá-lo a um show dos caras...Ai meu amigo, é como diz a musica: “Te peguei!”.

Mas e quanto o Tihuana em estúdio? As musicas funcionam apenas ao vivo mesmo?

A resposta é...Não!

O Tihuana soa muito bem em estúdio, sempre coerente, entrosado e a todo o vapor criativo, suas letras falam de amor, da galera da rua e suas tretas, das drogas (mas sempre de forma bem humorada), de humor, sobre como superar obstáculos e muitas bobagens...E quer saber? E que boas bobagens...Enquanto uns críticos cool’s (cú?) adoram ouvir as besteiras que Madonna diz em suas letras e em seguida meter o pau em Pula!, por exemplo, mostra que poucos críticos no Brasil realmente entendem de musica...Não é atoa que historicamente sempre meteram o pau em bandas como Paralamas do sucesso, Engenheiros do Hawaii, Capital Inicial, Legião Urbana, Barão Vermelho e... vejam só: são ou foram as bandas mais sólidas do rock tupiniquim.

Vejam que incoerência, não fazem sucesso entre os críticos (Na verdade farão, mas daqui a cinqüenta anos, mas já não adianta mais), mas o público delira, na verdade, fazer sucesso é até fácil, mas manter-se na ativa, tocando rock e com qualidade...É muito outra coisa num país de terceiro mundo.

Já que nenhum jornalista ou critico que seja, fez um panorama sobre a carreira do Tihuana, lá vai eu, cineasta graduado e de profissão, fazer...Mas acho que tenho alguma propriedade, já que acompanho a banda desde seus primórdios e conheço muito, mas muito bem a banda, a ponto de ter ido a diversos shows.


1999-Ilegal

Quando os Ex-Ostheobaldos: PG, Roman, Baía e Léo, decidiram vir a São Paulo para tentar viver de musica, viram o grupo acabar...E agora? Graças ao bom deus, numa feira de surf conheceram Egypcio, vocalista malucão, misto de Fred Durst e Rodolfo Abrantes, mas com um diferencial: Realmente tinha dons vocais.

Logo se formava o Tihuana que em seguida deu inicio aos trabalhos de Ilegal, primeiro disco de estúdio da banda, que vendeu 150 mil cópias e os colocou no Mapa do Rock Nacional. Nu Metal, Punk, Heavy, Reaggae e sons andinos, fizeram da banda, algo um tanto quanto diferente e incomum no cenário musical...Ainda bem...

O disco já abria com a frase “Na praia nudista... En la Playa...E ta tudo liberado”, a musica Praia Nudista logo tornou-se obrigatória nos shows, divertida ao extremo, uma gozação só...O Trabalho de percussão aqui é divino e todo o instrumental está coeso, a cozinha começa a se preparar para detonar em...

... Pula! Mal deu tempo de digerir o Reggae e temos esse clássico petardo, “Pé na porta é a policia” brava Egypcio, “Eu já falei que ta na mente” diz a provocante voz teatral de Baía, até o clímax “Eu tou chapado, Eu tou chapadão... Tira o pé do chão...Então Pula, Pula filha da Pula!”, uma besteira? Talvez sim, mas que diverte e com qualidade, ah, isso sim.

Taca Fogo é outro reggae, quebrando um pouco o clima das anteriores, é uma letra de amor cabeça, no clima para viajar mesmo, embora não se destaque, é boa de se ouvir e mostra a versatilidade de todos da banda, do instrumental ao vocal.

Que vez?, Sabe aquela musica deliciosa para se ouvir a caminho da praia? Na Praia ou simplesmente para lembrar daquele maravilhoso momento na praia? Porra, essa é a musica, um reggae ou o raio que o parta...Com uma letra interessantíssima, sons andinos, ela é até certo ponto reflexiva, mas com aquele ar de entretenimento puro...Soa autêntica...Mas não cita praia nenhuma vez durante toda a musica, vai saber né?

Te gusta Tihuana é engraçadinha e querida por muitos fãs, é aquela musica nos leva para outro lugar, “Vamos pra tihuana ficar sossegado... Ser feliz viajar, com você do meu lado...”, nada mais simboliza o sentido de ir se divertir em um show com os caras do que essa musica!

A intro é só um relaxamento até... Tropa de Elite musica que foi usada no filme para simbolizar o BOPE, mas na verdade tratava de mostrar como a banda vinha para ficar, eles eram a Tropa de Elite, “Tropa de Elite osso duro de roer, pega um, pega geral e também vai pegar você...”, impossível não delirar!

Clandestino, cover acertada do sempre improvável Manu Chao (Ex-Manu Negra, banda que o Titãs sonhava ser), se existe uma banda que tinha a qualidade para fazer um som do Mano Chao e que soasse verdadeira, essa banda era o Tihuana...E acho que nem eles sabiam disso.

Summertime musica fraquinha e que funcionava muitas vezes nos shows, mas fica um mais do mesmo no disco e é realmente fraca, não ruim, mas fora do padrão do disco.

É guaraná!, que banda teve a coragem de juntar ao peso do Rock a diversão dos Funks cariocas? A ponto de citar pela primeira vez a nível nacional a palavra “popozão”, a letra é de um bom humor só...E uma porrada que funciona em casa, nos shows, em qualquer lugar...Por isso eu pego no pé de Summertime, que á aquela lado B, sempre a ser esquecida... É guaraná! Só não é a melhor do disco, porque temos “Pula!”, “Praia Nudista” e “Tropa de Elite”.

Eu vi Gnomos, enquanto o Planet Hemp era preso por falar de drogas, o Tihuana vai mais além e com muito bom humor retrata uma viagem à cabeça de um alucinado por...Cogumelos, não conheço um que não se divirta com essa musica.

Parecer do Disco: Nota 8,5 de 10 (Grande estréia, mostrava ao que veio e buscava identidade, mas, Summertime? Daria para usar em outro disco)

2001- A Vida nos Ensina

E ensina mesmo, o Tihuana depois de pegar a estrada e sentir os fãs, faz um álbum bem interessante e mais homogêneo, aqui já estão começando a fincar-se as bases do estilo da banda...Abre com o delicioso reggae Por que será?, sons andinos, pegada bem cadenciada, uma letra gostosa de ouvir. Ótimo som...Um dos melhores de toda a extensa carreira da banda.

Desaparecidos, um reggae na acepção do termo, bem tocado, letra certinha e é um musicão, mesmo para quem não curte o gênero.

E os petardos, pauleiras e desgraceiras? Está ai Jamaica No Problem, “Quem colhe o que planta sabe o seu valor” manda Egypcio com uma segurança incrível no vocal, o inusitado Baía responde “O Bob foi me professor”, mais direto que isso, só dois disso.

Uma noite é a balada das baladas do Tihuana, é muita bem tocada, escrita e tem um clima meio deprê, que simboliza muito o que ela quer dizer, “sua ausência eu já me acostumei...Vou me Libertar...Pra poder viver...Uma noite pra nos dois, deixa o resto pra depois”, o amor é isso, incoerente, intenso e algumas vezes destrutivo, a musica representa bem o fim de uma relação difícil.

A reza é aquela pegada Reggae com sons andinos, trata da fé e reflexão de forma sólida e tem um refrão ótimo, vamos para a próxima.

Calcanhar, sim, faltou um pouco de humor para os rapazes nesse disco, e isso se refletiu na capa meio sombria até...Reggae triste, mas bem feito e bem colocado, o refrão é um achado: “A vida nos ensina, que se sobrar um vai faltar um pra alguém...”, ahhhhhhh....Meus políticos desse Brasil varonil...


Intro (2) que vem nos preparar para a diversão petardo do disco, bem...Temos Jamaica No Problem, mas eu quero ver é o Tihuana estourar meus tímpanos, aumente o som e lá vem Campo Minado, “Mas se a vontade cresce, o sangue já subiu... Então eu vou falar, silêncio no canil... Eu sou cachorro Louco... Cachorro louco vai pegar...”.

“Não vou me entregar” é aquela musica gostosa do disco, mais um reggae, mas ao contrário de Summertime, ela está muito bem colocada no disco e tem um forte refrão: “Eu não vou me entregar... Tou aqui pra lutar”, calando os críticos...

Kolô, mais uma paulada, aquela de deixar o som alto e vale a pena ressaltar algo curioso, com, por exemplo: “água mole e pedra dura” que está na letra da musica, o Tihuana sempre faz uso de ditos populares de forma inteligente... “A cobra vai fumar” e “O Bicho vai pegar” também estão na musica, boa por sinal.

Estrelas letra pop rock clássico, anos 80 e é assim que a música é conduzida, mas é bem moderna...Mas a mais morna do disco.

VCL para findar o disco, mostra o domínio da banda com os sons andinos...

Parecer do Disco: Nota 8,5 de 10 (Manteve o padrão e amadureceu de forma segura, a partir dessa turnê, começou uma série de shows antológicos que rende a fama a banda de ótima ao vivo)

2003-Aqui ou em qualquer Lugar

O melhor disco do Tihuana, mais rock and roll, ótimas letras, vemos que a banda está mais madura e segura, será daqui a alguns anos, considerado um dos melhores álbuns da década por alguns pseudos-cult’s.

Bote Fé é uma letra de auto-ajuda por assim dizer,e mostra que o objetivo e a persistência realiza qualquer coisa, quando se tem um objetivo, “Nada do que possa acontecer, será mais forte do que há entre nós”, e explicita em: “Quem sabe o quer nunca fica pra trás, bote fé, bote fé se você for capaz”, a história nos mostra isso e o Tihuana faz uma força de lembrar...Musica muito, muito boa...

Fecho os Olhos , que pop rock competente...Uma belíssima letra, e um romantismo nada piegas, os arranjos estão belíssimos, e que refrão: “Depois de tanto tempo, posso te dizer, demorei pra acreditar, mas agora posso ver... Aquele sentimento ainda era você”, isso sim é uma letra romântica bem feita.

Depois de Fecho os Olhos já estava me acostumando ao clima lento, cadenciado, isso de uma musica que veio depois do belíssimo petardo que é Bote Fé. Mas eu queria aquela musica que simbolizasse o entretenimento de qualidade proposto pelo Tihuana, Raimundos...

Vai vendo é aquela musica a ser ouvida no ultimo volume do som, nos shows e delirar (como fiz algumas vezes), “Sigo minha onda então...Rema, rema bate o pé...Levantou ficou de pé, ta pensando que é o quê? Quem você pensa que você é?”. A Guitarra e Batera estão simplesmente fodidas nessa musica, temos as costumeiras citações a ditados, e Egypcio leva seu vocal a enésima potencia...Intensa, vibrante e bem humorada.

Difícil Decidir analisa de forma sóbria sobre o governo Bush e os governos em geral, é uma ótima musica, rock and roll baby...E contestador, sem ser pretensioso.

Faz você pensar, pop rock romântico com viés pesado, que deveria servir de exemplo a outros grupos que tentam seguir essa linha, romântica não piegas e bem tocada, sem perder um relativo peso.

E o reggae? Quem ta acostumado com o Tihuana sabe dos reggaes dos caras, mas como esse é um disco mais rock and roll, vemos menos, mas temos a qualidade de Daquele Jeito, tem tudo, pegada reggae, sons andinos, refrão grudento...Feliz?

A roda outro petardo Tihuana da vida, citações a ditados populares, e mostra o clima de uma roda em um show de rock e faz analogia com a vida, parece besteira...Mas funciona bem, principalmente nos shows...Alias, essa é uma música feita para shows.

Tentaram é outro reggae bem executado no disco, mas de forma burocrática, mas não é uma musica deslocada não, cabe bem aqui.

Petardos? Tome Ta na mão, peso e velocidade na medida certa faz dessa musica algo vibrante e intensa, ao vivo então...

A cover do “Garotos Podres”, Papai Noel está animal, Egypcio manda ver no vocal e a banda toca numa velocidade desesperadora, não é atoa que a intro da próxima música chama-se Desesperado...

Depois da divertida vinheta, onde vemos erros de gravação nos ensaios de Vai vendo, a próxima musica é sem dúvidas a melhor música do Tihuana durante sua brilhante carreira...

Aqui ou em qualquer lugar é cadenciada, tem peso, viradas, uma letra linda e um refrão arrasador que vale a pena ser citado na integra: “Na verdade temos pouco tempo para escolher, um caminho melhor para a gente, vou em frente, a beira da verdade, longe do meu presente...Tão ausente, sinto que entre nós, tudo ficou diferente...”, se existe uma música que simboliza o amadurecimento do Tihuana, é essa.


Parecer do Disco: 10 de 10 (Clássico na acepção do termo, disco obrigatório para fãs e não fãs)


Bem ai está a primeira parte, daqui uns dias abordo os discos: Tihuana, Um dia de cada vez e o Cd e DVD Tropa de Elite (ao vivo).

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Na Natureza Selvagem.

Sean Pean dirige Emili Hirsch, camera no lugar certo.

Demorei pra postar algo no blog, gostaria de que fosse qualquer coisa que estivesse acima da média, algo que valesse a pena ser visto, lido ou ouvido (ou tudo isso junto, rsrsrsrsrs...), mas eis que minha maior surpresa foi um filme dirigido pelo ótimo ator Sean Pean, que até então tinha uma carreira como diretor um tanto quanto medíocre. O mesmo ao ler em 1996 “Na Natureza Selvagem” de Jon Krakauer se sentiu fascinado a ponto de se dedicar a conseguir filmar o livro, o texto de Krakauer é a biografia de Christopher Johnson McCandles, jovem que ao sair do colégio e prestes a entrar numa universidade, decide viver como um naturalista, viajando sem rumo, em busca do total desapego material e tentando fugir do sistema hipócrita proposto pela sociedade, tinha muito de Jack Kerouac ali, mas a trajetória de Chris é muito fascinante, justamente por ser real e o filme procurar manter-se fiel a tudo.

O filme é tecnicamente muito bem feito, é um cinema moderno, mas com uma aura do bom e velho cinemão, existe um cuidado todo especial com a paisagem, já que a mesma faz parte da historia como um personagem cúmplice, na tela o cenário toma vida pelo ótimo trabalho de fotografia desenvolvido por Eric Gautier, já experiente em fotografar belas paisagens em road movies, como fez em “Diários de Motocicleta” de Walter Salles. Sean Pean tem em suas mãos atores que estão em total sincronia com os personagens e a todo minuto vemos a dedicação de todos com o projeto, Emili Hirsch como o protagonista Chris, cria um personagem complexo e passível de analises mais amplas.

A câmera de Pean não poderia ser mais providencial e é outro ponto forte da trama (assim como os atores), ela simplesmente surge, invade a vida daquele personagem em diversos âmbitos, é imparcial quando capta momentos de pura tensão da família, quando decide mostrar a paisagem, e até mesmo acompanha de perto o protagonista, a cena em que Chris simplesmente interage com ela, é de uma beleza incrível. A trajetória é narrada por capítulos, com uma edição primorosa, a musica de Eddie Veder (Pearl Jam), feita exclusivamente para o filme, é perfeita em todos os momentos e os personagens que surgem em sua busca, são de uma magnitude espetacular, e tão reais, mas tão reais, que dá vontade de tentar conhecê-los.

A relação personagem - família, tem tudo para ser a mais real da historia do cinema, a maioria das famílias no mundo todo são daquele jeito, é o retrato dos pais que vieram dos anos 60 e 70, a visão do personagem pode ser radical, mas sua família, com seus erros e acertos e toda aquele típica hipocrisia, é uma justificativa plausível. A cena do personagem Ron e sua relação com Chris mostra o talento e qualidade dos atores, diretor de fotografia, e diretor, sintetiza magnificamente o filme, e na minha singela opinião, é um dos pontos altos do filme, devido sua simplicidade e convicção, o que poderia ser piegas, torna-se genial.

O filme é imperdível, bom demais para ser ignorado, mas não é uma diversão leve, sua contundência e imparcialidade causam angustia, mal estar e emoção, mas acredite, você sairá outra pessoa depois da projeção, já é a melhor coisa que vi no ano de 2008 e dificilmente algo irá superar.

Nota: 10 de 10.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Mandando Bala

Poster do filme


Um filme de ação que lembra muito o Motorhead, rápido, desbocado, bem tocado e extremamente divertido, e não é que tem até o clássico da banda citada acima Ace of Spades na trilha sonora do filme? Isso é Mandando Bala (Shut’em Up), filme escrito e dirigido por Michael Daves, um diretor que se mostra muito hábil quando o assunto é entretenimento, é só dar uma olhadinha no meu post sobre o outro filme do cara, Monster Man, eu já sacava o cidadão há tempos.

Clive Owen é Smith.

Bem, a historia é muito simples: Smith (Clive Owen) está esperando um ônibus quando passa a sua frente uma mulher grávida, logo atrás vem uns grandalhões armados até os dentes para matar a coitada, ai é que Smith entra em ação, salva o bebe mas não a mãe, agora perseguido pelo nervosíssimo Hertz (O sempre bom, Paul Giamatti) que vive conversando com a estressádissima esposa pelo celular e sua trupe, e com a deliciosa prostituta Donna (Mônica Bellucci) lhe ajudando a cuidar da criança, ele gastará inúmeras balas para tentar manter vivo o bebe e a deliciosa prostituta.

A deliciosa Monica Bellucci é a prostituta Donna

O filme é uma homenagem ao cinema de ação chinês, então o que vemos é uma sucessão de tiroteios bem coreografadas, o prazer de Clive Owen e dos outros atores, como Mônica Bellucci e Paul Giamatti mostram que foi um barato as filmagens. Temos excelentes cenas, como o sexo entre Smith e Donna enquanto estão em meio a um tiroteio, Smith cortando o cordão umbilical na bala, o colete aprova de balas no bebe e todas as cenas de ação sem contar que o humor é muito bem colocado aqui.

Paul Giamatti é o vilão Heartz

Os diálogos estão ótimos, caricatos e verborrágicos propositalmente, ouvimos pérolas como “Sabe qual a diferença de uma arma e uma mulher? É que na arma podemos colocar silenciador”, “Por que não vamos a Policia?” e ouvimos essa: “É que eu sou o unabomber!”, e por ai vai...

Mandando Bala é isso, rápido, direto e muito, muito divertido, que venham mais continuações...

Nota: 7 de 10