quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A Mística por trás de Dylan Dog


Ahhhhhhh...Dylan Dog, que personagem completo, arrebatador, genial, capaz de numa mesma historia passear pelo erudito e o pop totalmente de forma coesa, sem parecer forçado, e ainda por cima aliar o humor com o horror tanto físico, quanto psicológico e mesmo assim não quebrar o clima, uma coisa completa a outra, e por incrível que pareça estou falando de uma historia em quadrinhos ta entendendo? De um bom e velho, simplório gibi...

Vale citar uma frase do escritor e filosofo italiano, Umberto Eco a respeito do personagem: “Posso ler a Bíblia, Homero ou Dylan Dog por dias e dias sem me entediar”.

Essa frase tem um imenso nexo, já que as historias de Dylan Dog, principalmente as escritas por Tiziano Sclavi, seu criador, são verdadeiras obras de complexidade literárias raras na literatura mundial, a influência que Tiziano consegue abraçar são tantas, que é quase impossível citar todas.

Para quem nunca ouviu falar, Dylan Dog é um Fumetti, quadrinho italiano publicado pela Bonelli, a mesma responsável por Tex. Ele é um investigador especializado em casos paranormais/sobrenaturais, mas é meio ateu, tem como parceiro um sósia ou o verdadeiro (quem sabe?) humorista do cinema Grouxo Marx, um dos irmão Marx, responsável pelo lado humorístico da série, tudo isso entre diversas historias fantásticas cheias de horror e suspense.

Mas o que transforma Dylan em um personagem tão idolatrado pelos fãs, que rendeu até um festival de cinema com seu nome, e fez esse fã e escriba que vos fala fazer uma tatuagem em sua homenagem?

A verdade é que, voltando a Umberto Eco, não é exagero dizer que Dylan é tão interessante quanto os clássicos, lá encontramos referências não gratuitas a literatura, dos clássicos aos mais vagabundos pulp fictions da vida, musica, cinema desde o trash ao cinema de arte, vemos filosofia, criticas sociais, religião, reflexões acerca da humanidade, uma salada gigantesca, tratada com muito bom humor, inteligência e um cinismo acído e mordaz.

As historias mexem com a percepção do leitor, marcam-no, não é só uma simples e reles leitura, é algo que queremos guardar para sempre. A solidão do personagem e sua aparente depressão nos faz criarmos uma identificação imediata com ele, já que desde o inicio já sacamos que de perfeito ele não tem nada, e quer sobreviver, ganhar seus troquinhos, mesmo que a imprensa viva o chamando de charlatão, melhor, ele não está nem ai para o que os outros dizem.


Grouxo, Dylan e Inspetor Bloch.

Grouxo com suas boas sacadas, rende piadas muitas vezes surreais mas nem por isso menos engraçadas, e não é só ele o coadjuvante de luxo não, o inspetor Bloch é outro clássico, um amigão que vive reclamando sua aposentadoria e temendo perdê-la, é o cidadão comum, que mesmo estando na força policial, faz de tudo para ajudar o amigo.

O maior rival de Dylan, é um sujeito diabólico e misterioso que quer apenas (!?) descobrir o segredo da vida eterna, se é que já não o encontrou, trata do Dr. Xabaras, que tem uma estranha ligação com Dylan.

O veículo de Dylan, é o pouco glamouroso Fusca Conversível branco, com as placas DYD 666, mulheres? Ah...Bah...Dylan é como todos os homens, mulherengo, galanteador, só que não tem ninguém fixo e sempre se envolve com suas clientes. Alias, na genial historia O Longo Adeus, Dylan recebe a visita de um amor do passado, um amor de verão, que o leva a um passeio surreal e onírico, nos fazendo refletir sobre escolhas, relacionamentos e como viver intensamente aqueles bons momentos, é tão linda, mas tão linda, que é impossível descrevê-la com palavras.

No meio de tudo isso, para nós, pobre fãs de horror e podreiras: Sangue, cabeças cortadas, Vampiros, Alienígenas, Zumbis, Assassinos seriais, mulheres nuas, violência explicita, no melhor estilo e com certa classe.


Brandon Routh: O Dylan Dog no cinema.

É uma pena que Dylan será adaptado aos cinemas pelos americanos, por tanto devemos esperar o mínimo possível em complexidade e uso de toda a mística envolta dele, e nos contentarmos com um reles divertimento, mas nem por isso, o filme Della Morte Della More, baseado num livro de Tiziano Sclavi, é quase um filme do Dylan, até porque o papel principal é de Rupert Everett, que inspirou o visual do personagem, toda sua mística está ali e o melhor: tratado com todo o carinho que só cinema independente pode dar.

Rupert Everett: O Verdadeiro Dylan Dog!

Leituras Obrigatórias (As 13 mais de Dylan Dog):

1º Partida com a Morte (Dylan Dog nº 004, Editora Mythos)

2º O Despertar dos Mortos Vivos (Dylan Dog nº 001, Editora Record e 002 Editora Conrad)

3º O Longo Adeus (Dylan Dog nº 005, Editora Mythos)

4º A Historia de Ninguém (Dylan Dog nº 035, Editora Mythos)

5º A Zona do Crepúsculo (Dylan Dog nº 007, Editora Record)

6º Johnny Freak (Dylan Dog nº 001, Editora Conrad)

Morgana (Dylan Dog nº 004, Editora Record)

Canal 666 (Dylan Dog nº 011, Editora Mythos)

9º A Beleza do Demônio (Dylan Dog nº 006, Editora Record)

10º Os Matadores (Dylan Dog nº 005, Editora Record)

11º Alfa e Ômega (Dylan Dog nº 009, Editora Record)

12º O Túnel do Terror (Dylan Dog nº 003, Editora Mythos)

13º Dylan Dog e Martin Mystère: Ultima parada Pesadelo (Especial 01, Editora Record)

  • Dylan Dog saiu pelas editoras Record (11 Mensais e Duas Especiais), Globo (Na Antologia Fumetti), Conrad (Mini Série em 6 Edições), Mythos (40 Edições e 6 Historias Curtas, na Antologia Tex e os Aventureiros).
  • Brandon Routh (SuperMan) irá interpretar Dylan Dog no Cinema, Filme dirigido por David R. Ellis (Premonição 2, Serpentes a Bordo), e roteiro de Joshua Oppenheimer e Tom Donnelly, dupla que escreveu o longa Sahara.
  • DellaMorte DellaMore ou Cemitery Man (1994) para o mercado americano, curiosamente foi lançado em video no Brasil. Dirigido por: Michele Soavi, com Rupert Everett, Anne Falchi (Mulher Linda), François Hadji Lazaro.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O Sobrevivente (Rescue Dawn)


O Sobrevivente (Rescue Dawn)

Vi o excelente filme dirigido por Werner Herzog já esperando o melhor, esperando uma grande atuação de Christian Bale, e uma direção segura, correta e talentosa de Herzog, e foi batata, o filme é ótimo e prazeroso de se assistir...

Primeiramente gostaria de dizer que Christian Bale, o garotinho de o Império do Sol, é para mim hoje uma espécie de Tom Hanks, aquele tipo de ator que quando o filme não é genial, seu trabalho interpretativo o salva, ele é tecnicamente excelente, provou isso com Psicopata Americano e consumou com Batman Begins.

O filme narra a historia do Germano-Americano Dieter Dangler, piloto abatido e capturado no Laos durante a guerra do Vietnã. Que junta-se a um pequeno grupo de prisioneiros e lidera uma fuga. Ele é até certo ponto uma pessoa inocente, e essa inocência lhe dá uma certa aura de determinação, ele é patriota mesmo não sendo totalmente americano, mas esse patriotismo não é exagerado, é um patriotismo romântico que chega a emocionar.

Werner prossegue a narrativa sem ser panfletário, ele não adota um posicionamento nem negativo e nem positivo, ele quer apenas contar uma historia, e posiciona sua câmera nos lugares certos, aproveita muito bem os atores e o ambiente, destaque para Jeremy Davies, que representa o seu personagem da mesma forma que interpretou o psicopata Charles Manson no tele filme “Helter Skelter”, o que poderia ser um erro, ou no máximo equivoco, acaba se transformando em outro ponto alto do filme.

A historia do piloto é belíssima e uma lição de vida, em nenhum momento ele desiste em frente os obstáculos, com uma determinação quase religiosa, a ponto de chegar a comer vermes para economizar comida para a fuga, é uma cena que se mal dirigida poderia ser apenas nojenta, no filme não, ela vira mais uma prova de determinação e coragem, ressaltando a personalidade do personagem.

Vale dizer ainda que a fotografia de Peter Zeitlinger é correta, e é apenas o que o filme necessita, ele fotografa o ambiente com uma elegância que víamos nos clássicos diretores, que não viveram a época do vídeo clipe, o ambiente hostil é um outro personagem, e é tratado assim na historia.

É um belíssimo filme que merece ser conferido, estréia no Brasil dia: 7 de Dezembro.

Trailer do Filme:


quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Uma breve pincelada...

Vou dar uma pincelada em algumas coisas que assisti e ouvi.

Musica:

Rob Zombie – Zombie Live

Bem, Rob Zombie está cada vez mais se tornando um cineasta, vem mostrando qualidade com seus filmes, e isso é bom? Não, nem tanto, pois o cara é líder de uma banda que leva o seu nome e vem fazendo shows antológicos pelo OzzFest. Nesse disco ao vivo, ele mostra sua força, e que álbum, musicas de sua carreira solo e com o WhiteZombie dão o tom de toda a coisa, além das festejadas: Living Dead Girl, Thunderkiss 65, More Human than Human, Dragula, temos musicas do ultimo disco de estúdio, Educated Horse, e destaque para a fenomenal Let It all Bleed Out, que já se torna um clássico...

Cinema:


Toxic Avenger

Revi o Vingador Tóxico, clássico do trash da produtora Troma, dirigido por Lloyd Kaufman de forma apaixonada, o filme é uma “alopração” geral, cheio de escatologia, criticas ácidas, humor negro, putaria, gore, trilha sonora tosca clima anos 80, interpretações canastronas...

Enfim, tudo é uma festa e uma ode a diversão, tão grande, mas tão grande, que é impossível você ficar incólume ao clima...Se não viu, veja!



Metal: A Headbager’s Journey

Vi esse documentário sobre o Heavy Metal, mal organizado, feito por um fã que ignora muitos detalhes, principalmente sobre o que caracteriza uma banda heavy metal, mas é um filme tão apaixonado, que o que era para ser um defeito(ser um filme apaixonado, ou seja, bem parcial), torna-se uma virtude.

Particularmente, sou um fã de musica pesada, e viajo para festivais e show grandes, esse clima, o filme consegue captar perfeitamente, mas falha ao documentar o gênero e analisá-lo com mais afinco, mas se você é um headbanger, vai se divertir pacas.

Alias, deveria ser um documentário sobre musica pesada, não exclusivamente Heavy Metal.

Bem tenho muita coisa cult, obscura e bizarra para assistir, estou só esperando chegar o fim do ano, para sentar, relaxar e me divertir, ai posto aqui minhas impressões...


Segue um "videozinho", do Sr. Zombie detonando no OzzFest:


terça-feira, 20 de novembro de 2007

Alice Cooper – Welcome To My Nightmare

Hoje decidi falar um pouco sobre um dos meus discos prediletos, do mestre Alice Cooper, Welcome To My Nightmare, álbum conceitual lançado em 1975 com letras geniais e participação de Vincent Price, o disco é uma viagem ao universo desse fantástico artista. Esse álbum marca a estréia de Cooper solo, sem sua antiga banda, e com novos integrantes.

Mostrando porque é um artista impar, ele cria aqui seu melhor álbum em toda sua extensa discografia (cheia de outras verdadeiras obras de arte).

O disco abre com a climática “Welome to My Nightmare”, musica essa que dá nome ao álbum e nos leva a uma viagem ao universo de Alice e seus sonhos (pesadelos), a letra é forte, e o clima ajuda a viajarmos nela, o disco começa super bem.

“Devils Food” uma musica meio canibal, e até certo ponto poética, extremamente diabólica, mantém o clima da musica anterior, mas com um pouco mais de agressividade, é como se estivéssemos num castelo dos horrores, e saímos de um cômodo assustador e surreal, para outro, com uma situação mais física e demente, Vincent Price quebrando o ritmo da musica, com uma assustadora narração sobre a “viúva negra”, com precisão cientifica, interliga assustadoramente a...

... “Black Widow”, essa só nos faz entrarmos ainda mais no universo onírico de Tia Alice (como é carinhosamente chamado Alice Cooper pelos fãs), ele nos joga em outro ambiente, uma nova viagem, um outro capitulo assustador da sua saga, o reino da “Viúva negra”, cheio de cadáveres de ex parceiros, e exigindo nossa total devoção, é de um domínio quase hipnótico, o refrão é pegajoso, enfim, estamos diante de uma das melhores canções do álbum, isso porque ainda temos mais oito petardos maravilhosos, ainda bem.

“Some Folks” é a musica mais para cima, quebrando um pouco o clima pesado das três anteriores, talvez seja a letra mais fraquinha do disco, mas seu arranjo é primoroso e é uma das que mais gosto em todo o álbum.

“Only Women Bleed” Musica feminista, e extremamente poética, uma balada belíssima, que faz analogia ao sofrimento feminino através da menstruação (Só as mulheres sangram, diz), e com homens que ligam muito pouco para elas. A musica é bem triste, pois explicita bem o sofrimento, é o horror do real, talvez a musica mais assustadora do disco, justamente por ser bem pés no chão e atemporal.

“Departament Of Youth”, temos o retrato de uma juventude ideológica, revolucionaria, ou apenas de uma juventude altamente influenciável e descartável? Tia Alice continua nos provocar ironicamente, através de um musicão que poderia facilmente tocar nas rádios, passando até por uma musica inofensiva, a diversão aqui é o que vale, mas tem muito mais coisa aqui do que aparenta...Vibrante...

“Cold Ethyl”, musica de primeira, que narra uma relação necrófila, e Alice Cooper não está nem ai para a sociedade purista, a musica é excelente, um Hard Rock clássicão, nos shows funcionavam muito bem, e o passeio pelo pesadelo ainda não acabou.

“Years Ago”, aqui surge o personagem Steven, vemos fatos da sua infância, Alice aprofunda o clima onírico, continuamos numa viagem musical perturbadora, Alice trata sua voz como se fosse a de uma criança, é quase uma intro para o próximo capítulo...

“Steven”, crianças (ou bebes) morrendo sempre foram temas recorrentes na musica de Cooper, só para assustar mesmo. Aqui o clima onírico continua prevalecendo, e a musica tem um ótimo arranjo, a musica é redondinha, e alguns dizem que é a melhor do disco, mas é difícil escolher uma no meio de tantas obras de arte.

“The Awakening”, temos o clima de despertar de um pesadelo bem expresso através dos arranjos e da letra, é tudo até certo ponto, bem surreal, mas não conseguimos ficar indiferentes.

“Escape”, uma musica para cima para terminar o disco, uma analise sobre Cooper e seu pesadelo, é bem divertida e leve, enfim escapamos do pesadelo...Que pena!

O álbum é coeso, bem escrito, com belos arranjos e clássico obrigatório para os fãs do bom e velho rock and roll.

Clipe de "Department of Youth":


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Quadrilha de Sádicos (The Hills Have Eyes)

Vi “The Hills Have Eyes”, nunca o vi antes pela dificuldade de encontrar uma cópia decente, mas após receber da minha amiga americana Nattie, uma cópia do filme em DVD, decidi assistir hoje, mesmo exausto fisicamente e com sono, e esse pequeno clássico dirigido por Wes Craven corajosamente em começo de carreira, é superior e muito ao ótimo remake, dirigido por Alexandre Aja...

Vou dizer uma coisa, esse cinema de horror rural do fim dos anos setenta e que se propagou pelos anos oitenta, me agrada bastante, é um horror que mostra o quanto cruel o universo caipira pode ser, e partindo da premissa que o homem civilizado desconhece a fundo o universo rural, temos uma gama de possibilidades dramáticas aqui, principalmente a idéia de “O Homem fora de seu habitat” tendo que superar dificuldades e limitações.

Foi assim em o Massacre da Serra Elétrica, onde o clima de claustrofobia, o desespero, o visual sujo, seco e árido, transformava a vida de jovens suburbanos em um inferno.

Não muito diferente aqui, Wes Craven nos joga num universo semelhante, uma caçada brutal e uma luta por sobrevivência, o lugar é hostil, o clima é quente, desértico, árido, a civilização está à quilômetros de distância e o que temos aqui, é simplesmente uma família de canibais, fora dos pré requisitos sociais e famintos.

A trama é super simples: família (incluindo o cachorrinho), após sofrer um acidente numa estrada deserta, se vê no meio de montanhas e logo são atacados por família de canibais que cresceram naquele lugar inóspito, ao contrario da perfeita família americana, tipicamente religiosa, essa desconhece deus e procura sobreviver apenas, e procriar, através de relações incestuosas.

A partir daí, vemos a família que organizando-se através de rádios Walkie, de outras vitimas possivelmente, e liderados pelo famigerado Papai Jupiter, começam uma ode a matança e a brutalidade, Wes construiu um universo seco, direto e violento, a violência é o recurso a ser usado numa terra sem lei, e quem não está pronto para isso pode padecer a qualquer momento.

O cachorro da família está nesse combate e se sai bem, a metáfora do mundo cão...

A família de sádicos é carismática, do cruel Jupiter ao seu filho horroroso Pluto, passando pelo sádico Marte e a boazinha Ruby, sem concessões comerciais o filme barbariza, temos cenas de estupros, palavrões e muita, muita violência, para fã de filme de horror nenhum botar defeito.

“The Hills Have Eyes” é aquele filme cabra macho, que te prende na cadeira por pouco menos de uma hora e meia, e te leva a um passeio aterrador, Wes Craven quando não tinha amarra com os estúdios era o cara, capaz de nos fazer ter pesadelos mais assustadores do que os propostos por Freddy Krueger, e o melhor: usando temas reais, mais pés no chão.

Um Filmaço


Trailer do Filme:




quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Como é bom um dia ruim...

Existem dias que não são bons de jeito maneira para nós, e não digo apenas por coisas rins que venham a acontecer não, digo pelos dias que nada acontece, mas mesmo assim nos sentimos péssimos, sem vontade de sair da cama, sem vontade de ver pessoas, e nos bate uma depressão daquela.

Não, não sofro de depressão, tenho certeza, sou um cara ultra bem humorado e embora existam pessoas que adoram encher meu saco, dificilmente coloco terceiros a frente da minha pessoa, portanto o que diabos pode acontecer para que fiquemos assim?

Para falar a verdade, no meu caso, tudo começou com um pesadelo apocalíptico, no qual eu e um amigo fugíamos de zumbis em uma periferia qualquer de São Paulo, o tempo estava fechado e não tínhamos esperanças, acordei bruscamente pela manhã, o pesadelo se esvaiu, mas ainda existiam resquícios dele, chovia lá fora, estava frio...

Logo de manhã me deparei com uma pessoa com sérios problemas pessoais, e que como não consegue encará-los, decide que deve acabar com o dia dos outros, a verdade é que nem liguei tanto para essa pessoa, já que o máximo que consigo sentir por ela é pena, já que além de uma profissional frustrada, não descobriu ainda que seu talento é nulo para algumas coisas, mas se fosse mais humilde e autocritica, perceberia que é boa em outras...

Por fim, no trabalho não rendi nada, tive um monte de coisas que precisava fazer e deixei de lado, meu companheiro de trabalho agüentou as pontas, sabendo que algo não ia bem comigo, e embora tentasse, tentasse, as coisas não fluíam, definitivamente não é meu dia...

A pior coisa em ser Ateu, é que não temos muito com o que se apegar (enganar-se?) quando estamos ruins, eu estava entojado, mal humorado, cansado, stress físico e mental, e nada me fazia bem, decidi apelas para a musica, ouvi alguns belos discos acústicos que fizeram bem a minha pessoa, conseguiram me fazer encarar o dia de outra forma...

A noite apenas me deitei, vi um pouco de TV e dormi, não tive pesadelos, e hoje acordei disposto e rendendo o dobro, vai saber, coisas da vida...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

De volta aos 80!








Acho que um dos maiores sonhos que todos nós temos é voltar no tempo, curtir momentos que acreditamos não ter aproveitado, comer novamente aquela comida deliciosa, relembrar aquele beijo bom, rever pessoas que nos deixaram, ouvir aquela ótima piada a qual não nos lembramos mais, enfim, quase nunca pensamos em voltar no tempo para se aproveitar da situação, por exemplo, voltar para ganhar na sena, nada disso, queremos é nos divertir outra vez.

E com a proliferação de barzinhos no Brasil a fora, acaba proliferando também, ótimas bandas covers para atender a demanda, na maioria das vezes, ou quase sempre, tais bandas não estão nem ai para o dinheiro, querem se divertir como aquelas bandas se divertiam antigamente...

Sei que pode parecer saudosismo, mas quantas vezes nos pegamos dizendo: “Nossa, não se fará mais musica como aquela!”, e por mais cafona que possa parecer, realmente não se fará mesmo, e vou focar aqui uma época: anos 80 até o meio dos anos 90, não necessariamente devemos considerar todo esse espaço, mas é que acho que a partir dos anos 90, a musica tornou-se um negocio não só para as gravadoras, mas também para os artistas...

Vi alguns dias atrás, uma ótima banda campineira que toca musica dos anos 80, chama-se Schyzophonic, e naquele momento, me senti em uma belíssima viagem no tempo, e tome petardos, que muitos chamam de trash, mas sem conhecer a fundo o significado do termo, eram: Tears for fears, INXS, Smiths, Morrisey, Depeche Mode, Aha, Billy Idol, Oingo Boingo, a musica do De Volta para o Futuro, Ghostbusters e por ai vai...

Ver musica de qualidade, executada com qualidade é super bom, ver uma banda que viveu essa época torna a experiência mais real ainda já que tudo que é feito com amor, funciona melhor, na verdade é o que falta a musica de hoje: amor , além de despretensão, diversão...Quanto ao dinheiro, bem, isso vem com o tempo, vide a fortuna desses grupos chamados trash por pessoas leigas, que não viveram essa época, na verdade “LIXO”, é o som que existe hoje, incapaz de nos emocionar, ou de nos causar alguma sensação.

Site da Banda:

www.schyzophonic.com.br